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Interior

Policial é preso e afastado após apontar arma para cabeça de defensor público

"Já que eu vou ser preso mesmo, vou ser preso por ter matado", disse investigador durante reunião no Fórum

Aline dos Santos | 02/04/2019 08:54
Caso foi no Fórum de Bela Vista, durante discussão sobre pensão alimentícia. (Foto: Divulgação/TJ)
Caso foi no Fórum de Bela Vista, durante discussão sobre pensão alimentícia. (Foto: Divulgação/TJ)

Investigador da Polícia Civil, Adamilton Balbuena, 58 anos, foi preso e afastado do cargo após ameaçar o defensor público Yuri Cesar Novais Magalhães Lopes, dentro do Fórum de Bela Vista, durante tentativa de acordo sobre pensão alimentícia. O caso, registrado como tentativa de homicídio, aconteceu na manhã de 26 de março no município a 322 km de Campo Grande. 

De acordo com a denúncia do MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), em determinado momento, visivelmente alterado por ter discordado da tentativa de acordo, o investigador sacou o revólver calibre 38, que utiliza em serviço, e apontou para o defensor.

“Eu vou te matar aqui agora. Seu defensor público de m****. Quem você pensa que é. Já que eu vou ser preso mesmo, vou ser preso por ter matado”. Após essa ameaça, conforme a denúncia, o policial engatilhou a arma e apontou diversas vezes em direção à cabeça do defensor.

Acionado por testemunhas, o policial militar Eduardo Dias Cordeiro, que trabalham no fórum, sacou uma pistola e se colocou na frente de Adamilton, permitindo que as pessoas saíssem da sala. Ao prestar depoimento, o PM disse que o investigador ordenou que saísse da frente, caso contrário, iria matá-lo.

A prisão foi decretada no mesmo dia pela juíza Melyna Machado Mescouto Fialho, atuando em substituição legal. A defesa entrou com pedido de liberdade no TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), mas o habeas corpus foi negado na última sexta-feira (dia 29) pela desembargadora Dileta Terezinha Souza Thomaz.

A defesa discorda da classificação do crime em tentativa de homicídio, apontando que o fato se insere em ameaça. Na tentativa de libertar o policial, foi destacado que ele é réu primário, servidor público e possui residência fixa. Mas, de acordo com a desembargadora, o caso precisa de análise mais cautelosa .

Nesta terça-feira (dia 2), foi publicado o afastamento compulsório de Adamilton Balbuena da Polícia Civil, com recolhimento de arma e carteira funcional. Conforme a Corregedoria-Geral da Polícia Civil, a medida considera a gravidade dos fatos.

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