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Interior

Policial foi executado após toque de recolher e provocação no Facebook

Aline dos Santos | 15/06/2016 12:18
Policial foi morto em academia de Paranhos.(Foto: Direto das Ruas)
Policial foi morto em academia de Paranhos.(Foto: Direto das Ruas)

Um toque de recolher determinado por homens armados com fuzil e uma postagem de policiais, no Facebook, falando em guerra antecederam a execução do policial Aquiles Chiquin Júnior, 34 anos, em Paranhos, a 469 km de Campo Grande. Na noite de terça-feira (14), pistoleiros chegaram em um carro, invadiram a academia e atiraram no agente, que praticava exercícios físicos.

Conforme o apurado pela reportagem com moradores, entre os dias 10 e 12, sexta-feira e domingo, caminhonetes com homens armados circularam pela cidade impondo o toque de recolher. Ou seja, os comércios deveriam ser fechados à noite.

Como reação, um policial postou que “ou você se omite, ou se corrompe ou vai pra guerra”. O texto também fala "pra cima dos 'fdp' que estão achando que mandam na cidade". Na imagem, aparece o policial morto e outros agentes.

Tanto o toque de recolher quanto a postagem no Facebook foram confirmados pelo Campo Grande News com quem atua na investigação. A reportagem não conseguiu contato com o delegado de Paranhos, que participa de diligências.

Crime - Conforme a Polícia Civil, o investigador Aquiles Chiquin Júnior não tinha envolvimento com o tráfico de drogas. Em nota, a corporação informou que foi solicitada ajuda da Polícia Nacional do Paraguai para verificar a autoria e motivação do assassinato.

O crime aconteceu na noite de terça-feira (14), na avenida Marechal Deodoro, área central. Dois homens entraram na academia armados com fuzis e efetuaram cerca de 26 disparos. No tiroteio, o policial foi morto e outras quatro pessoas ficaram feridas.

O terceiro suspeito estava em um Gol vermelho e aguardava os atiradores na frente da academia. Depois do crime, eles fugiram em direção à cidade de Ypejhu , que fica do lado paraguaio e faz fronteira seca com Mato Grosso do Sul.

Fonteira seca - Paranhos é uma cidade de 28 anos marcada por histórico de violência fomentada pelo tráfico de drogas. Em outubro de 2015, cinco pessoas morreram e três ficaram feridas numa chacina. Na ocasião, pistoleiros passaram atirando em frente a uma padaria.

Conforme Mapa da Violência divulgado em 2014, Paranho foi o nono colocado na lista dos cem municípios com as maiores taxas de homicídio no Brasil. O município teve taxa de 118,4 assassinatos por cem mil habitantes no ano de 2012. Com esse desempenho, foi a cidade mais violenta de Mato Grosso do Sul.

Conforme o estudo, o problema prolifera em locais com vulnerabilidade econômica e social. São cidades com limitada presença do poder público, atrativas para a criminalidade, além de serem fronteira, onde reina estruturas dedicadas ao contrabando de armas, de pirataria e rotas de tráfico.

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