Policial tinha quarto em chácara onde estavam 3 toneladas de maconha
Rafael Grandini Salles foi preso esta semana com cigarro contrandeado e em novembro do ano passado teve outra detenção
Em 10 meses, o policial civil Rafael Grandini Salles, de 36 anos, surge pela terceira vez envolvido em ocorrência criminal, duas delas só nesta semana. Preso em novembro do ano passado, como dono de 45 gramas de cocaína, ele acabou solto em fevereiro deste ano, e voltou a ser flagrado, dessa vez com cigarro contrabandeado, dois dias atrás.
O terceiro episódio envolvendo o nome dele ocorreu na tarde de ontem (24), quando 3,7 toneladas de maconha foram apreendidas em chácara, no Jardim Estoril, em Ponta Porã, cidade onde Grandini era lotado até a prisão do ano passado. No lugar foi preso Genilson Padilha de Moura, de 49 anos, que alegou desconhecer a droga e apenas cuidar da proprieda e dar comida aos animais.
No auto de prisão de “Padilha”, como era conhecido o homem preso, está a informação de que foram encontrados documentos e pertences de Rafael no quarto da residência da chácara. A relação inclui título de eleitor, receituário, além de três cheques em nome de Rafel Grandini Salles.
Havia também sete cadernos com anotações, além de cópias de documentos do Judiciário, que não foram explicitados.
Em um casaco azul, foram encontrados R$ 29 mil. Do lado, uma camisa da Polícia Civil. Outros R$ 5 mil foram encontrados no imóvel.
O quarto, pelo menos de modo preliminar, pertence a Rafael Grandini Salles, pois suas roupas estavam no armário, bem como seus documentos guardados em uma escrivaninha ao lado da cama”, diz o documento assinado pelo delegado de Polícia Civil Alcides Bruno Braun.
Sob investigação - Rafael Grandini Salles está afastado da Polícia Civil e é alvo de investigação da Corregedoria da Corporação. Na prisão de novembro passado, a alegação foi de que a droga pertencia a um policial que estava preso, em razão da operação Omertà, contra organização criminosa.
Na prisão desta semana, feita pela Defron (Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Fronteira), o investigador era passageiro de veículo onde era transportada carga de cigarro paraguaio. Ele foi levado para a Polícia Federal em Ponta Porã.
Em relação à apreensão de maconha, o inquérito a ser conduzido pela Polícia Civil vai indicar qual é a implicação do servidor público da segurança.
Genilson Padilha de Moura, que foi preso no lugar, também estava com uma arma de calibre 22, sem ter autorização para isso.
Além da droga, que estava debaixo de lonas pretas, com vestígios de areia, indicando que foi transportada em meio a uma carga desse tipo de material, foi apreendido na propriedade um veículo e quatro rádio comunicadores.
Foi tentado pela reportagem contato com advogados que representaram o policial civil no caso anterior, sem êxito.