Justiça decreta preventiva de policial civil preso com cocaína
Rafael Grandini Salles trabalha em Ponta Porã e mora com outros policiais presos na operação contra grupo de extermínio
A juíza Elizabeth Rosa Baich converteu nesta manhã em prisão preventiva o flagrante do policial civil Rafael Grandini Salles, 35 anos, alvo da Operação Omertà, que fez buscas na sexta-feira (22), na república onde ele mora, em Ponta Porã, a 323 quilômetros de Campo Grande, junto com outros agentes de segurança pública implicados na investigação contra grupo de extermínio atuante há pelo menos uma década. Rafael, segundo consta do auto de prisão, é o dono de 45 gramas de cocaína encontrados na casa, na Vila Laciria, e também de munição contrabandeada.
Ele foi preso em Terenos, onde tem residência e mora com a família. Durante a audiência de custódia, procedimento realizado em casos de flagrante em Mato Grosso do Sul, a juíza verificou se a prisão atende os requisitos legais e, diante de indícios de autoria dos crimes atribuídos a Rafael, optou por decretar a preventiva. Contra ele, as acusações são de receptação, porte ilegal de armamento e tráfico de drogas.
“Os elementos que acompanham o APFD (Auto de Prisão em Flagrante Delito), apontam no sentido da presença simultânea de prova da existência de crime e indícios suficientes de autoria, e por fim, existe o perigo concreto na permanência do flagrado em liberdade”, escreveu a magistrada em seu despacho.
A prisão foi feita pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado).
Nega - Em seu depoimento, Rafael Grandini Salles disse que a droga não era sua, e que o quarto onde estava o invólucro era usado por outros dois policiais civis, Vladenilson Daniel Olmedo, 60 anos, que é aposentado, e Frederico Maldonado, 56 anos, da ativa, ambos presos desde 27 de setembro, quando foi deflagrada a Omertà.
Vladenilson, conhecido como “Vlad”, é considerado pelos investigadores um dos integrantes do núcleo de gerência da organização criminosa, cuja chefia seria dos empresários Jamil Name, 80 anos, e Jamil Name Filho, 42, também presos. Vlad e os Name, além de outro policial civil, Márcio Cavalcanti, 63 anos, estão no presídio federal de segurança máxima de Mossoró, Rio Grande do Norte.
Rafael Grandini Salles, que é escrivão de polícia há 5 anos, lotado em Ponta Porã, deve ser levado para a 3º Delegacia de Polícia Civil, onde já estão Frederico Maldonado, o Fred, e o também policial civil Elvis Elir Lima, 46 anos, também da cidade fronteiriça ao Paraguai.