Por mais segurança em aldeias, índios protestam em rotatória na MS-156
Terena e guarani-kaiowá se uniram em movimento realizado nesta quarta e cobram da Secretaria de Segurança Pública as promessas feitas em reunião, no dia 23 de julho deste ano
Índios da reserva mais populosa do Brasil, localizada em Dourados, a 233 km de Campo Grande, protestam nesta quarta-feira (9) por mais segurança. Pelo menos 300 pessoas das etnias terena e guarani-kaiowá estão concentradas na rotatória de aceso à área indígena, na MS-156, que liga Dourados a Itaporã. Eles estão bloqueando a rodovia por meia hora, liberam por mais meia hora e voltam a bloquear por outros 30 minutos. O movimento deve durar todo o dia.
Estudantes indígenas participam do movimento com faixas, cobrando segurança e pedindo um basta à violência. Se não forem atendidos, os índios prometem bloquear a rodovia “por tempo indeterminado” na semana que vem.
O terena Sílvio de Leon, vice-capitão da aldeia Bororó, disse ao Campo Grande News que o objetivo é cobrar do governo de Mato Grosso do Sul e demais autoridades o cumprimento de promessas feitas na reunião realizada no dia 23 de julho deste ano, na Escola Tengatuí Marangatú, com o secretário adjunto de Segurança Pública, Helton Fonseca Bernardes, com representantes das polícias Civil e Militar e com o procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida.
Recado ao governo - “Estamos fazendo um protesto pacífico para avisar que se não formos atendidos com segurança permanente para nossas aldeias, vamos bloquear a rodovia por tempo indeterminado. Depois daquela reunião com o secretário de Segurança, nada mais aconteceu”, afirmou Sílvio de Leon. Segundo ele, o movimento de hoje é apenas um recado ao governo.
Na sexta-feira (4), o comandante da Polícia Militar em Dourados, tenente-coronel Carlos Silva, informou que o sistema de segurança nas aldeias de Dourados está pronto, mas depende da assinatura de um convênio com o Ministério da Justiça.
Segundo oficial, o objetivo é fazer rondas frequentes na reserva indígena, da mesma forma que acontece nos bairros de Dourados, para coibir a violência, furtos, roubos e o tráfico de drogas. Carlos Silva disse que os veículos que serão usados como viaturas para rondas nas aldeias já estão em Campo Grande, aguardando a presença de um representante do ministério para a liberação.