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Interior

Prefeitura começa a visitar famílias afetadas por rompimento de barragem

Equipes da defesa civil estão no local oferecendo roupas, alimentos e abrigo; incidente aconteceu na terça

Por Natália Olliver e Antonio Bispo | 21/08/2024 11:10
Equipes da defesa civil, secretaria de obras e assistência social estão no local (Foto:Henrique Kawaminami)
Equipes da defesa civil, secretaria de obras e assistência social estão no local (Foto:Henrique Kawaminami)

O prefeito de Jaraguari, Edson Rodrigues Nogueira, levou equipes na manhã desta quarta-feira (21) para prestar atendimento às famílias atingidas pelo rompimento da barragem do Nasa Park. O incidente aconteceu na manhã da última terça-feira (20) e deixou inúmeros estragos, tanto na BR-163, entre Campo Grande e o município, quanto nas casas próximas. O Campo Grande News acompanhou desde o início a situação no local.

À reportagem, o representante municipal explicou que passou de casa em casa para fazer o levantamento dos danos e prestar auxílio, perguntando quais são as necessidades das famílias. Duas secretarias, de Assistência Social e de Obras estavam presentes, além delas, a Defesa Civil.

“As equipes estão oferecendo roupas, cobertores e cestas básicas às famílias e perguntando se eles precisam de alojamento”. Conforme Edson, as cinco famílias atingidas recusaram abrigo temporário por terem parentes em Campo Grande.

Prefeito de Jaraguari, Edson Rodrigues Nogueira (Foto:Henrique Kawaminami)
Prefeito de Jaraguari, Edson Rodrigues Nogueira (Foto:Henrique Kawaminami)

O prefeito completou que o trabalho de vistoria está longe de terminar e que existem três casos de pessoas atingidas que o preocupa. Segundo o gestor, as casas estão localizadas na parte que correspondem à Prefeitura de Campo Grande, ou seja, ele [prefeito de Jaraguari] não tem jurisdição para atuar. Porém, afirmou que prestou apoio necessário como fez com as outras duas famílias.

“Tem caso em particular da família do Tiago, Gabriele e da Luzia , que a propriedade deles tá do lado da Capital, porque estamos na divisa, e apesar de não ter jurisdição com essas família, vamos passar no local para prestar ajuda necessária".

Até o momento são apenas cinco famílias atingidas, mas a expectativa é de que a quantidade aumente. Não há vítimas. “A equipe vai daqui a pouco em uma estrada que dá acesso ao Nasa Park, porque foi destruída pela força da água e alguns moradores estão ilhados sem ter como sair do local”, finalizou o prefeito.

A reportagem entrou em contato com a prefeitura de Campo Grande, em resposta a gestão disse que não chegou ao conhecimento da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil a existência de famílias do município atingida pelo rompimento.

"A coordenadoria ainda informa que quando há um desastre envolvendo estado e dois municípios, a atribuição de atuação será pela Defesa Civil do Governo Estado.
O assunto continua em processamento por essa Coordenadoria".

Rompimento aconteceu na manhã dfesta terça-feira (Foto:Henrique Kawaminami)
Rompimento aconteceu na manhã dfesta terça-feira (Foto:Henrique Kawaminami)

Entenda – Na manhã da última terça-feira, o rompimento da barragem do Nasa Park pegou todos de surpresa. A situação destruiu casas, abriu cratera na rodovia e interditou totalmente a BR-163 nas primeiras horas da manhã.

Os motoristas precisaram ser orientados pela CCR MSVia a retornarem para Campo Grande ou desviarem pelo anel rodoviário Dr. Ricardo Trad, que liga Campo Grande a Rochedinho, e que pode ser acessado a partir do km 495.

Já para quem estava vindo pelo sentido sul, a alternativa é ir para a estrada de acesso ao Bonfim, no km 529, rumo a Campo Grande. O congestionamento chegou a 4 quilômetros no sentido Norte, e 3 quilômetros no sentido Sul. Nesta quarta-feira (21), a estrada funciona na categoria Pare-Siga.

Alerta - O engenheiro Rubens Silvestrini, professor doutor da Faeng (Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo e Geografia) da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), observou, há 20 anos, pequenas fissuras na barragem da represa do loteamento de luxo Nasa Park, em Jaraguari. Segundo ele, houve um alerta aos órgãos competentes, de que poderia haver a necessidade de manutenção no futuro.

Segundo Rubens, foi uma recomendação antiga e simplista, feita através da observação in loco que não foi levada em consideração dados técnicos, por exemplo.

“Quando estive em 2004, vi pequenas fissuras, como se fossem pequenas estrias. Mais uma vez, isso é normal pois trata-se de terra. Alertamos aos órgãos competentes que poderia haver a necessidade de manutenção no futuro. Para aquela época, não era emergencial”, disse em entrevista ao Campo Grande News.

Conforme o professor, toda barragem, de todos os tipos como concreto, aterro ou enrocamento (estrutura executada em pedra), é um agregado de solo e segmentos.

“Para simplificar, um amontoado de terra para estabilizar a massa de água. Qualquer que seja a barragem, tem um tempo de fixação. Depois de anos, ela vai ter acomodação e urge a necessidade de reparos”, explicou.

*Matéria alterada no dia 22/08, às 8h39, para acréscimo de resposta da prefeita de Campo Grande.

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