Presos trabalham na reconstrução de presídio destruído em rebelião
Depois de ter várias áreas da unidade prisional destruídas em rebelião do dia 4 de agosto, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) está reconstruindo o local com a força de trabalho dos próprios internos, considerando os que atendem os requisitos para serem beneficiados, uma vez que a cada três dias trabalhados eles têm um menos na pena.
A Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) fez o levantamento e concluiu que seriam necessários R$ 1,058 milhão para a reforma. A agência espera reduzir os custos pela metade, com a iniciativa e a expectativa é que a obra acabe em 120 dias.
“Vamos usar o trabalho da Agesul como parâmetro, mas vamos trabalhar com administração direta e mão de obra prisional, estimamos reduzir 50% do custo”, reforçou o diretor-presidente da Agepen, Ailton Stroppa. Segundo ele, algumas áreas já foram recuperadas e ao menos 20 internos participaram até agora.
Stroppa não informou quantos internos vão integrar o grupo de operários, disse apenas que eles vão sendo requisitados conforme a necessidade e que serão chamados os que atenderem requisitos como ter qualificação profissional, já ter cumprido pelo menos seis meses da pena e ter comportamento exemplar, para citar alguns. Atualmente a unidade prisional conta com 450 presos e a capacidade é para 300.
Ainda segundo o diretor-presidente já estão funcionando os consultórios dentário, médico, sala do psicólogo, do assistente social, além da água e energia e foram restabelecidos logos após a rebelião. “Priorizamos o bem-estar dos presos, agora estamos trabalhando para possibilitar o banho de sol e na sequência o restabelecimento da visita”, disse. Ele também não informou quando a visita deve ser restabelecida.
Rebelião - A rebelião teve início dia 4 de agosto e durou 16 horas e deixou dois mortos. Na época o presídio ficou com a estrutura bem comprometida e presos, que estariam ligados à rebelião, foram transferidos para os presídios de Campo Grande e Dourados.
O estopim da rebelião teria sido a disputa de facções pelo domínio do crime organizado na região sul do Estado. Tudo começou no início da tarde de quinta-feira, após o banho de sol, quando os presos se recusaram a retornar para as celas e deram início a uma briga entre eles, que evoluiu para a rebelião.