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Interior

Protesto por água tem 4 pontos de bloqueio perto de reserva indígena

MS-156 está interditada em três pontos; há protesto também no acesso à Missão Caiuá

Por Helio de Freitas, de Dourados | 25/11/2024 10:18
Indígenas usam tratores para bloquear a MS-156, entre Dourados e Itaporã (Foto: Leandro Holsbach)
Indígenas usam tratores para bloquear a MS-156, entre Dourados e Itaporã (Foto: Leandro Holsbach)

Quatro pontos de acesso à Reserva Indígena de Dourados estão interditados nesta segunda-feira (25) durante protesto contra a falta de água nas aldeias Bororó e Jaguapiru. Os bloqueios ocorrem em três locais diferentes da MS-156 e no acesso à Missão Evangélica Caiuá.

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Indígenas da Reserva Indígena de Dourados bloquearam quatro acessos à MS-156 com tratores e outros objetos, protestando contra a falta de água nas aldeias Bororó e Jaguapiru. Os manifestantes exigem medidas imediatas da Sesai para garantir o fornecimento de água potável através de caminhões-pipa, enquanto aguardam a instalação de redes de abastecimento. O protesto não tem previsão de fim e afeta o trânsito entre Dourados e Itaporã, com apenas veículos de emergência sendo liberados. Apesar da promessa de inclusão em um programa federal de acesso à água, não há previsão de quando as aldeias de Dourados serão beneficiadas.

Os líderes do protesto afirmam que os bloqueios não têm previsão de encerramento. Eles cobram medidas imediatas da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) para garantir água tratada aos moradores através de caminhões-pipa até a instalação de redes de abastecimento.

Na MS-156, principal acesso de Dourados a Itaporã e às cidades da região sudoeste de Mato Grosso do Sul, as interdições ocorrem na rotatória de entrada na aldeia Jaguapiru, no trevo com o anel viário em frente à construtora Planacon e no acesso à aldeia Bororó.

Na semana passada, o Campo Grande News mostrou famílias indígenas tendo de buscar água de bicicleta em um córrego que corta as aldeias para conseguir cozinhar, tomar banho e lavar roupa. Existe suspeita de contaminação da água por agrotóxico de lavouras próximas.

Na sexta-feira (22), durante agenda em Ponta Porã, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, informou que as aldeias de Dourados serão atendidas na segunda etapa do programa “Água para Todos”.

Em parceria com o governo federal e a Itaipu Binacional, o programa terá R$ 60 milhões para atender oito aldeias indígenas nos municípios de Amambai, Caarapó, Japorã, Juti, Paranhos e Tacuru.

Entretanto, não há previsão de quando o benefício será estendido às aldeias de Dourados. Projeto elaborado no ano passado pela Sanesul apontou necessidade de investimento de R$ 35 milhões para resolver a falta de água na reserva douradense.

“Agora é tudo ou nada. Se a gente não for para a briga, vamos passar Natal e Ano Novo sem água. Ontem, sabendo do nosso protesto, mandaram um caminhão-pipa, mas não resolve. Vem hoje, amanhã não vem e a falta de água continua. Vamos ficar aqui [no bloqueio] por tempo indeterminado, até assinarem um contrato garantindo a presença dos caminhões com água”, afirmou um dos líderes do protesto, o capitão Ramão Fernandes.

Troncos, galhos e tratores estão sendo usados para bloquear a pista nos dois sentidos. Apenas veículos de emergência estão sendo liberados. Até mesmo estradas vicinais dentro das aldeias foram bloqueadas para impedir desvios.

Equipes da PMR (Polícia Militar Rodoviária) estão de prontidão em estradas de acesso aos locais de protesto, para orientar os motoristas a procurarem caminhos alternativos. A reportagem ainda não conseguiu contato com a Sesai.

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