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Interior

Quadrilhas da fronteira se uniram para libertar traficante, diz promotor

Para Marcelo Pecci, apesar de Samura ser ligado ao Comando Vermelho, liberdade interessa a outras quadrilhas da fronteira

Helio de Freitas, de Dourados | 13/09/2019 16:11
Um dos 11 presos pelo resgate de Jorge Samudio, quarta-feira, em Assunción (Foto: ABC Color)
Um dos 11 presos pelo resgate de Jorge Samudio, quarta-feira, em Assunción (Foto: ABC Color)

O Ministério Público do Paraguai suspeita que grupos criminosos da Linha Internacional entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã tenham se aliado para resgatar o narcotraficante Jorge Teófilo Samudio González, 47, o Samura.

Na quarta-feira (11) à tarde, homens armados com fuzis atacaram o comboio que levava Samudio de volta para o Presídio de Emboscada, na capital Assunción, e resgataram o bandido apontado como importante líder do Comando Vermelho na fronteira com Mato Grosso do Sul.

O promotor Marcelo Pecci, um dos coordenadores da força-tarefa contra o crime organizado no Paraguai, afirma que apesar da ligação de Samura com a facção carioca, a libertação dele interessava a outras quadrilhas do norte daquele país. Embora faccionado ao CV, Samura colabora com outras facções na remessa para o Brasil e Europa da cocaína trazida de avião da Bolívia até o Paraguai.

“Não gostaria de dizer diretamente o Comando (Vermelho), mas sim, existem associações ou pactos entre esses grupos que são importantes. Também identificamos grupos do Norte que realmente teriam parceria para perpetrar esse fato”, afirmou o promotor em entrevista à rádio ABC Cardinal.

Natural de Capitán Bado, cidade vizinha de Coronel Sapucaia (MS), Samura atua em Pedro Juan Caballero e tinha sido capturado em outubro do ano passado em Bella Vista Norte, outra cidade paraguaia vizinha de Mato Grosso do Sul.

Era procurado desde 2011, quando agentes da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) cercaram uma pista clandestina em Concepción, onde foram apreendidos 370 quilos de cocaína. Mas Samura conseguiu escapar e só foi preso no ano passado perto de Mato Grosso do Sul.

Nesta sexta-feira (13), foi enterrado com honras militares o corpo do comissário Félix Antonio Ferrari Yudis, 43, morto durante o ataque para resgatar o narcotraficante. O sepultamento foi no Santuário Nuestra Señora del Rosario, em Luque, cidade na região metropolitana de Assunción.

Onze pessoas estão presas acusadas de participação no plano de resgate. Três são supostos membros da quadrilha, envolvidos diretamente no ataque, capturados ontem no distrito de Desmochados, a 300 km da capital.

Também estão presos sete agentes penitenciários que integravam a escolta do bandido e o diretor do presídio, Juan Carlos Irala, 43, denunciados pela Promotoria de Justiça por terem facilitado a ação da quadriha.

Os três suspeitos de fazer parte da quadrilha são os irmãos Rody David Almeida Ibarra, 30, e César Andrés Almeida Ibarra, 24, e Édgar Espinoza Cuevas, 23. Os três são do departamento de Concepción, a 70 km de Ponta Porã.

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