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Interior

Recordista de chuva no País, cidade vive drama da escalada das águas

Rio que dá nome ao município marcou 10m42 na manhã de hoje: segunda maior cheia em 50 anos

Aline dos Santos e Mayara Bueno, enviada especial a Aquidauana | 21/02/2018 11:05
Rio invadiu Anastácio, cidade vizinha a Aquidauana. (Foto: André Bittar)
Rio invadiu Anastácio, cidade vizinha a Aquidauana. (Foto: André Bittar)

Aquidauana, a 135 km de Campo Grande, na entrada do Pantanal, foi o município que registrou maior volume de chuva ontem (dia 20) no Brasil. As águas que chegaram em fevereiro tomaram parte da cidade, na segunda maior cheia em 50 anos.

Usada pela última vez em 2015, uma passarela, cujo nome técnico é passadeira, foi montada pelo Exército entre 2h e 4 h desta quarta-feira (dia 21) para fazer a ligação entre Aquidauana e Anastácio, cidade vizinha. A extensão é de 144 metros e o restante da travessia é concluída com bote. A circulação é restrita aos pedestres.

De acordo com o relações públicas do 9º Batalhão de Engenharia de Combate, subtenente Francisco das Chagas Alves, a estrutura é de painéis de alumínio, montada sobre suporte de flutuadores.

Se o rio subir, a passadeira acompanha o nível da água, por ser flutuante. A montagem da passadeira envolveu 60 militares.

Ontem, o Exército auxiliou na remoção de 30 famílias, que foram levadas para o salão paroquial. Foram retiradas as pessoas e todos seus pertences.

A escalada das águas foi acompanhada na Sala de Situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). Segundo o fiscal ambiental Jun Nukariya, às 7h da manhã de ontem, o nível do rio Aquidauana marcava 6m20.

Às 12h15, já estava em 7m98. Quinze minutos depois, às 12h30, chegou a 8m03, concretizando a cheia. Hoje, a última leitura mostra 10m42, a segunda maior cheia em 50 anos. Em 14 de março de 2011, o rio marcou 10m70.

Rio ultrapassou dez metros. Na foto, imóvel e carro em meio à água. (Foto: André Bittar)
Rio ultrapassou dez metros. Na foto, imóvel e carro em meio à água. (Foto: André Bittar)
Nova cheia traz velho drama para moradores, como restrição de circulação. (Foto: André Bittar)
Nova cheia traz velho drama para moradores, como restrição de circulação. (Foto: André Bittar)

A marcação pode ser revisada quando uma equipe for ao local e verificar a altura que a água chegou nas paredes. “Choveu em Aquidauana, Anastácio, Dois Irmãos do Buriti, Palmeiras. Uma parte da água penetra no solo, outra evapora e a terceira escorre. O volume foi tão grande que o solo não absorveu. Escorreu bastante água para o rio e subiu muito rápido”, diz.

Os dados são transmitidos por satélite e com a cheia, a comunicação cessou.

O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), que aponta a liderança de Aquidauana no ranking nacional da chuva, informa 142 milímetros de precipitação.

Conforme o meteorologista Natálio Abraão, da Uniderp, Aquidauana registrou 167,6 milímetros em 12 horas. O esperado para todo o mês era de 157,2 milímetros.

Marcador em vermelho mostra situação de emergência. Amarelo é alerta e azul, normal. (Fonte: Boletim 864, da Sala de Situação do Imasul)
Marcador em vermelho mostra situação de emergência. Amarelo é alerta e azul, normal. (Fonte: Boletim 864, da Sala de Situação do Imasul)
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