Repercussão social e periculosidade mantêm sucessor de Minotauro preso
No pedido de revogação da prisão preventiva, a defesa destacou que o preso tem residência fixa, é primário e tem ocupação lícita
A Justiça de Ponta Porã manteve a prisão de Ederson Salinas Benitez, também conhecido como Salinas Riguaçu, apontado como sucessor do narcotraficante Sérgio de Arruda Quintiliano Netto, o Minotauro, liderança da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital)
“Vale ressaltar que a prisão do acusado é necessária para garantia da ordem pública, em razão da gravidade do crime e, em especial a periculosidade do agente e a repercussão social do fato, acentuada em noticiários regionais, anunciado que o réu seria o sucessor do minotauro, o qual ocuparia uma posição em organização criminosa”, afirma o juiz Marcelo Guimarães Marques na decisão, publicada na última sexta-feira (dia 21).
Ainda de acordo com o magistrado, a defesa do réu não trouxe nenhum fato novo relevante para embasar o pedido, devendo ser mantida a decisão que decretou a prisão preventiva de Salinas, que é estrangeiro e trabalha no Paraguai.
No pedido de revogação da prisão preventiva, a defesa destacou que o preso tem residência fixa, é primário, ocupação lícita e que as medidas cautelares seriam suficientes para garantia da ordem pública. Já o MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) manifestou-se a favor da manutenção da prisão preventiva.
A Justiça marcou para 28 de abril audiência do processo sobre crimes do sistema nacional de armas.
Briga, armas e prisão – Na noite de 19 de janeiro, um domingo, na Avenida Brasil, em Ponta Porã, policiais do Garras (Delegacia Especializada Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestro) flagraram Salinas, armado com pistola calibre 380, discutindo com Fábio Lopez Vilhalva, armado com pistola calibre 9 mm. Além deles, também foi preso o cunhado de Ederson Salinas, Rodrigo Antunes Flores, que dirigia a Toyota SW4 e, segundo os policiais, em visível estado de embriaguez.
Na delegacia, Edson e o cunhado disseram que o motorista do Gol emparelhou com a SW4, apontou uma arma para eles e fugiu. Após perseguição, a briga evoluiu para ameaças, mas foi interrompida pela polícia. Fábio alegou que começou a ser seguido depois de forçar ultrapassagem e foi ameaçado por Salinas Riguaçu.
Ederson Salinas, Rodrigo Flores e Fábio Vilhalva foram denunciados por posse ilegal de arma. No dia 21 de janeiro, Ederson Salinas foi transferido de helicóptero de Ponta Porã para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados).
Na sequência, a Justiça decretou fiança de R$ 80 mil, valor pago por Salinas. No entanto, o juiz voltou atrás na decisão ao ser informado pela promotoria de que ele tinha apresentado identidade falsa às autoridades.
O juiz remeteu a denúncia de uso de documento falso e falsidade ideológica contra Salinas Riguaçu à Justiça Federal de Ponta Porã.