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Interior

Repercussão social e periculosidade mantêm sucessor de Minotauro preso

No pedido de revogação da prisão preventiva, a defesa destacou que o preso tem residência fixa, é primário e tem ocupação lícita

Aline dos Santos | 24/02/2020 08:00
Salinas estava com pistola e dinheiro quando foi preso em 19 de janeiro.  (Foto: Divulgação)
Salinas estava com pistola e dinheiro quando foi preso em 19 de janeiro. (Foto: Divulgação)

A Justiça de Ponta Porã manteve a prisão de Ederson Salinas Benitez, também conhecido como Salinas Riguaçu, apontado como sucessor do narcotraficante Sérgio de Arruda Quintiliano Netto, o Minotauro, liderança da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital)

“Vale ressaltar que a prisão do acusado é necessária para garantia da ordem pública, em razão da gravidade do crime e, em especial a periculosidade do agente e a repercussão social do fato, acentuada em noticiários regionais, anunciado que o réu seria o sucessor do minotauro, o qual ocuparia uma posição em organização criminosa”, afirma o juiz Marcelo Guimarães Marques na decisão, publicada na última sexta-feira (dia 21).

Ainda de acordo com o magistrado, a defesa do réu não trouxe nenhum fato novo relevante para embasar o pedido, devendo ser mantida a decisão que decretou a prisão preventiva de Salinas, que é estrangeiro e trabalha no Paraguai.

No pedido de revogação da prisão preventiva, a defesa destacou que o preso tem residência fixa, é primário, ocupação lícita e que as medidas cautelares seriam suficientes para garantia da ordem pública. Já o MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) manifestou-se a favor da manutenção da prisão preventiva.

A Justiça marcou para 28 de abril audiência do processo sobre crimes do sistema nacional de armas.

Briga, armas e prisão – Na noite de 19 de janeiro, um domingo, na Avenida Brasil, em Ponta Porã, policiais do Garras (Delegacia Especializada Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestro) flagraram Salinas, armado com pistola calibre 380, discutindo com Fábio Lopez Vilhalva, armado com pistola calibre 9 mm. Além deles, também foi preso o cunhado de Ederson Salinas, Rodrigo Antunes Flores, que dirigia a Toyota SW4 e, segundo os policiais, em visível estado de embriaguez.

Na delegacia, Edson e o cunhado disseram que o motorista do Gol emparelhou com a SW4, apontou uma arma para eles e fugiu. Após perseguição, a briga evoluiu para ameaças, mas foi interrompida pela polícia. Fábio alegou que começou a ser seguido depois de forçar ultrapassagem e foi ameaçado por Salinas Riguaçu. 

Ederson Salinas, Rodrigo Flores e Fábio Vilhalva foram denunciados por posse ilegal de arma. No dia 21 de janeiro, Ederson Salinas foi transferido de helicóptero de Ponta Porã para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados).

Na sequência, a Justiça decretou fiança de R$ 80 mil, valor pago por Salinas. No entanto, o juiz voltou atrás na decisão ao ser informado pela promotoria de que ele tinha apresentado identidade falsa às autoridades.

O juiz remeteu a denúncia de uso de documento falso e falsidade ideológica contra Salinas Riguaçu à Justiça Federal de Ponta Porã.

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