Secretário de Iunes, um dos principais alvos da PF, é exonerado do cargo
Ricardo Ametlla é suspeito de criar empresa que ganhou R$ 17 milhões em contratos com a Prefeitura de Corumbá
O secretário de Infraestrutura de Corumbá, o engenheiro Ricardo Ametlla, foi exonerado do cargo nesta segunda-feira (8). Conforme publicação em Diário Oficial, a exoneração foi feita a pedido do agora ex-secretário.
Ricardo é suspeito de criar a empresa principal alvo da Polícia Federal, a Agility Serviços Integrados Ltda, que nasceu há 3 anos, com sede em Ladário, e é dona de R$ 17 milhões em contratos com a Prefeitura de Corumbá.
A suspeita da PF, conforme apurado pelo Campo Grande News com fontes locais, é que a empresa tenha sido criada pelo próprio secretário para fisgar os milhões em contratos. A empreiteira, contudo, tem como único dono Carlos Cezar de Paz Gomes.
“Correta foi a exoneração, que garante tranquilidade e foco na defesa. Muito existe para ser esclarecido, o que será feito, oportunamente”, disse André Borges, advogado de Ricardo.
De abril de 2021, quando foi aberta, até o início deste ano, a empresa “venceu” sete concorrências públicas para receber um total de R$ 17.152.502,49 e executar obras na “Capital do Pantanal”. Um dos projetos nem começou e outros cinco estão inacabados.
A operação – A investigação da PF começou há três anos, mesmo período de funcionamento da empresa, e conforme nota divulgada nesta manhã, teve como principais alvos “o secretário, servidores comissionados e efetivos envolvidos nas autorizações e fiscalizações das obras executadas, além de pessoas responsáveis pelas empresas”.
Ricardo Ametlla já foi alvo da Operação Offset, em 2020, que foi deflagrada após chegada de denúncias apontando a ocorrência sistemática de desvio de recursos públicos na Prefeitura de Corumbá.
Foram cumpridos mandados na sede da administração municipal, onde fica a Secretaria de Infraestrutura, na casa do chefe da pasta, na sede da Agility em Ladário e outros 11 endereços. A PF apreendeu dinheiro em dois locais, somando mais de R$ 100 mil em notas de R$ 100, R$ 50 e R$ 20.
A ação é chamada de "Operação João Romão", em alusão ao personagem do livro O Cortiço. Na obra de Aluísio de Azevedo, João é taverneiro português, dono da pedreira e do cortiço. Representa o capitalista explorador.
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