Sem prazo para sair da cadeia, vereador preso por agredir noiva pedirá liberdade
Advogado diz que caso foi isolado, porque casal estava embriagado e filho de 12 anos precisa do pai livre
A defesa do médico e vereador por Dourados, Diogo Silveira Castilho (DEM), de 36 anos, vai entrar com pedido de liberdade para que ele possa responder fora da cadeia pela acusação de violência doméstica. Diogo foi preso em flagrante, na noite de sábado (4), depois que denúncia de vizinhos levou a polícia à casa em que a noiva, de 24 anos, alegou ter sofrido agressões e pediu medida protetiva.
A prisão em flagrante tornou-se preventiva depois de pedido do MPMS (Ministério Público Estadual). O órgão defende que “não é o caso de aplicação das medidas cautelares diversas da prisão, que se revelam totalmente inadequadas ou insuficientes à gravidade dos fatos praticados”.
Para o MP, Diogo deve continuar preso, porque o caso preenche o requisito do inciso III do art. 313 do CPP (Código de Processo Penal), que diz “se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher”.
O vereador responde pelos crimes de ameaça, injúria e vias de fato, no âmbito da violência doméstica.
Defesa - O advogado do vereador, Renan Pompeu, prepara a defesa para pedir ainda hoje, que seja suspensa a prisão preventiva, porque Diogo tem bons antecedentes e, além disso, é o único responsável pelo filho, de 12 anos, pois a mãe mora em São Paulo.
“Diogo é réu primário, tem bons antecedentes, residência fixa e tem um filho, que depende financeira e afetivamente dele. Ele nunca teve registro e o que aconteceu ontem, foi caso isolado, em que os dois estavam embriagados e entraram em agressão mútua”, disse o advogado do vereador.
Segundo Pompeu, a noiva, que morava junto com Diogo, fez exame de corpo de delito, que não revelou nenhuma agressão física.
Flagrante - A prisão ocorreu no Bairro Parque Alvorada, na cidade que fica a 233 quilômetros de Campo Grande. À polícia, Diogo contou que brigou por causa de ciúmes que a noiva, de 24 anos, teria de uma assessora parlamentar. No entanto, a noiva disse aos policiais que ele é que sente ciúmes. Ele disse ainda que ambos haviam bebido na casa de amigos, quando a briga começou.
Segundo relato do vereador à polícia, a noiva ficou “emburrada por conta de ciúmes", após uma brincadeira de conotação sexual. O médico disse à polícia que a noiva tem ciúmes de uma assessora e queria que ele a demitisse. Depois de gritar com a noiva, alegando que não a traía, a mulher ameaçou ir embora, mas ele disse que ela não tinha condições, pois estava embriagada.
Ele disse que precisou segurá-la pelos braços e colocar na cama na tentativa de acalmá-la, pois ela tentava o agredir. Em seguida, a noiva ficou deitada no colo de Diogo, momento em que os policiais chegaram, conforme o relato do vereador.
A noiva do vereador disse aos policiais que ambos passaram o dia bebendo e acabaram discutindo. Ela disse ainda que não estava machucada, mas que o Diogo tentou "esganá-la com as mãos e sufocá-la com um travesseiro".
No momento em que ameaçou denunciá-lo, a mulher ouviu ameaças de morte, segundo relatou à polícia. Ela afirmou aos policiais que Diogo disse "se você me denunciar, eu te mato" e "você vai acabar com minha carreira política se fizer isso". A noiva disse que não é a primeira vez que sofre agressão física e verbal por conta do ciúmes que ele tem.