Sequestrado perto de MS, político está há 600 dias nas mãos da guerrilha
Ex-vice-presidente do Paraguai, Óscar Denis Sanchez foi levado pelo EPP em setembro de 2020
O ex-vice-presidente do Paraguai Óscar Denis Sanchez, 76, completa hoje 600 dias em poder de sequestradores. Ele foi levado por guerrilheiros do EPP (Exército do Povo Paraguaio) em setembro de 2020, quando estava em sua fazenda na região de Bella Vista Norte, cidade paraguaia vizinha de Bela Vista (MS).
Nesta segunda-feira (2), as filhas de Óscar Denis, mais uma vez, protestaram contra o governo do presidente Mario Abdo Benítez pela inércia no caso. “São 600 dias sem nosso pai, 600 dias de derrota, de que vitória falam?”, questionou Beatriz Denis em entrevista à Rádio ABC Cardinal.
A crítica foi resposta à propaganda do governo paraguaio de suposta “vitória estratégica” contra o grupo guerrilheiro. “A declaração de vitória do governo é uma mostra de sua derrota frente ao EPP”, disse Beatriz.
Além do ex-presidente, a guerrilha também mantém em cativeiro o fazendeiro Félix Urbieta e o policial Edelio Morinigo. Há relatos, rechaçados pela família de Edelio, de que ele teria se aliado aos guerrilheiros.
Beatriz e outras duas filhas do veterano político paraguaio afirmam que se tornaram investigadoras por conta própria para tentar encontrar o pai. Atualmente, as três estão procurando a filha de Carmen Villalba. Uma das principais cabeças do EPP, Carmen está presa. A menina estaria desaparecida.
A ideia das irmãs é localizar a filha da guerrilheira para tentar convencer Carmen a repassar alguma informação sobre Óscar Denis. Até agora, a mulher tem se negado a revelar até mesmo se o ex-vice-presidente ainda está vivo. Óscar Denis é ex-deputado, ex-senador e foi vice-presidente de 2012 a 2013.