“Tentei tranquilizar”, diz PM que ficou de mãos dadas com criança soterrada
O salvamento foi em Brasilândia, município sem Corpo de Bombeiros, onde os pedidos de socorros são endereçados à Polícia Militar
“Peguei na mão da criança e fiquei conversando com ela para tranquilizar”. O relato é do policial militar Milton Rosa da Silva Junior, que participou do resgate de uma criança que caiu num buraco e ficou soterrada por duas horas.
O salvamento foi em Brasilândia, município sem Corpo de Bombeiros, onde os pedidos de socorros são endereçados à PM (Policia Militar). Na noite de sábado, o chamado foi de uma mãe em desespero: o filho de sete anos estava preso num buraco. Os bombeiros foram chamados, mas o quartel fica em Três Lagoas, a 60 km.
“Vendo a necessidade e sabendo da dificuldade, deslocamos até o local”, conta o policial. O soterramento foi no bairro Novo Porto João André, onde a criança mora. O menino brincava em um canteiro de obras.
“Chegamos lá e visualizamos várias pessoas no entorno do buraco, que tinha de três a quatro metros de fundura. Por sorte, Deus que ilumina, ela caiu de uma forma que ficou no meio do buraco, não chegou a tocar o fundo”, diz Junior, ao narrar o cenário encontrado pela equipe de três policiais.
Com a proximidade de muitas pessoas, os dois montes de terra ao redor do buraco se moviam, caindo mais sedimentos onde estava a criança. Os policiais isolaram a área e somente o pai ficou no local para ajudar no socorro.
De mãos dadas com o policial, o menino estava em estado de choque, assustado e com dificuldade de respirar. O acesso à criança foi feito pela lateral do buraco. O pai entrou e ajudou a pressionar o corpo do filho, que foi retirado do buraco pelo policial e o socorrista da ambulância.
O menino foi levado para o hospital com suspeita de lesão no quadril. Agradecida, a mãe ligou para neste domingo para contar que o menino já está em casa e bem.
Em 12 anos de carreira, o policial conta que pela primeira vez se deparou com um caso de soterramento. “Até comentei com a minha equipe, a gente não tem os equipamentos necessários para esse tipo de serviço. Mas se a gente não tomasse essa atitude, poderia acontecer algo pior. Então, a gente decidiu agir e conseguiu que desse tudo certo”, afirma o cabo Júnior.