Vereador acusado de agredir e ameaçar a noiva é afastado
Vereadores de Dourados também aprovaram abertura de processo de cassação por quebra de decoro
Por 18 votos favoráveis, a Câmara de Dourados aprovou na noite desta segunda-feira (13), o afastamento por 90 dias do vereador Diogo Castilho (DEM). Apenas o próprio Diogo ficou impedido de votar.
Na mesma sessão, também foi recebida, por 17 votos, a denúncia que pede a cassação do mandato dele por quebra de decoro. A comissão processante formada pelos vereadores, é composta por Lia Nogueira (PP), presidente; Creusimar Barbosa (DEM), relator e Daniel Júnior (Patriota), membro.
Diogo Castilho, médico de 36 anos e vereador de primeiro mandato, foi preso em flagrante por violência doméstica no dia 4 deste mês, acusado de agredir fisicamente e ameaçar de morte a então noiva, de 27 anos de idade. Ele passou uma semana na prisão e saiu no sábado (11).
A representação pedindo o afastamento e a abertura de processo de cassação foi apresentada no dia 8 pelo advogado Daniel Ribas da Cunha.
Durante a leitura da denúncia em plenário, Diogo Castilho, que participou de forma remota, gritou “pela ordem” e apontou que estava sendo vítima de pré-julgamento e tendo sua honra ofendida pelo fato de a Mesa Diretora expor detalhes do boletim de ocorrência que está em sigilo, segundo ele.
Entretanto, o presidente da Câmara Laudir Munaretto (MDB) negou o pedido de suspensão e determinou ao primeiro-secretário Juscelino Cabral (DEM) que continuasse a leitura da denúncia na íntegra, como determina o Regimento Interno.
No requerimento, Daniel Ribas apontou mais uma conduta criminosa do vereador Diogo Castilho. “Além de estar envolvido na polêmica do desrespeito ao ‘toque de recolher’, o que configura crime, além de estar envolvido na polêmica do ‘fura fila’ em procedimento médico, o que também configura crime, fomos surpreendidos com a prisão em flagrante do vereador, desta vez, por crimes de ameaça, injúria e vias de fato, no âmbito da violência doméstica, contra a sua convivente”, descreveu o documento lido em plenário.
O advogado ainda pontuou que “o vereador Diogo Castilho tentou manipular a vítima e, com isso, manipular todo o sistema de proteção às mulheres”, ao pedir que ela não o denunciasse aos policiais, que foram até sua casa no dia 4 deste mês.
Diogo ficou preso por uma semana. Na sexta-feira (10), o desembargador Ruy Celso Barbosa Florence, da 2ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), concedeu liberdade provisória, mas ele terá de comparecer a todos os atos processuais, não poderá se ausentar da comarca sem prévia autorização e terá de manter distanciamento mínimo da ex-noiva de pelo menos 200 metros. Diogo saiu do presídio no sábado de manhã.
Com o afastamento, a Câmara vai convocar o primeiro suplente do DEM, o empresário Edson Souza, que teve 979 votos na eleição do ano passado.