Advogado pede cassação de vereador preso por agredir noiva
Para autor do pedido, Câmara de Dourados terá de mostrar que não aceita agressor de mulheres
Foi protocolado nesta quarta-feira (8), pedido de cassação do vereador Diogo Castilho (DEM), que está preso há quatro dias, em Dourados (a 233 km de Campo Grande), acusado de agredir e ameaçar a noiva de morte.
O requerimento de instalação de Comissão Processante contra o democrata por quebra de decoro foi protocolado na Câmara, pelo advogado Daniel Ribas da Cunha e depois de passar pelo setor jurídico, será levado ao plenário.
Diogo Castilho, que também é médico, está recolhido desde domingo (5), na Penitenciária Estadual de Dourados, no setor onde ficam presos provisórios com curso superior. Ele teve a prisão preventiva decretada. Pedido de liberdade provisória foi negado.
No pedido de cassação, o advogado lembra que Diogo Castilho já tinha sido alvo de denúncia por desrespeitar medidas sanitárias da pandemia, mas o caso foi arquivado pela Câmara.
Ele também é investigado pelo Ministério Público, junto com a vereadora Lia Nogueira (PP), por furar fila do SUS e garantir atendimento a uma assessora.
“Já passou da hora desta Câmara de Vereadores ter coragem para ‘cortar a própria carne’ e mostrar à população que não aceita que um de seus membros seja agressor de mulheres. Mostrar à população que não aceita que um de seus membros desrespeite as leis e macule a imagem do Poder Legislativo”, afirma Daniel Ribas da Cunha.
O requerimento continua: “evidente que os crimes cometidos pelo vereador Diogo Castilho e retratados nesta denúncia estão sendo analisados também pelo Poder Judiciário, que aliás, manteve a prisão preventiva do vereador. Entretanto, o julgamento da ação penal perante o Poder Judiciário e da presente denúncia perante a Câmara são julgamentos distintos, ou seja, não há necessidade de aguardar o pronunciamento final do Poder Judiciário”.
O caso - Diogo Castilho, de 36 anos, foi preso na casa dele no Parque Alvorada, por volta de 22h30 de sábado. Aos policiais militares chamados ao local pelos vizinhos, Diogo contou que brigou por causa de ciúmes que a noiva teria de assessora dele.
Aos policiais, no entanto, a noiva, cirurgiã dentista de 27 anos, disse que as brigas por ciúmes eram sempre causadas pelo vereador. Relatou ainda que Diogo tentou "esganá-la com as mãos e sufocá-la com travesseiro" e a ameaçou de morte.