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Política

Vereadores tucanos garantem fidelidade e vão seguir decisão de Riedel e Azambuja

Maior bancada da Câmara, tucanos defendem permanência no partido, mas admitem avaliar cenário pós-fusão

Por Jhefferson Gamarra e Mylena Fraiha | 24/04/2025 16:34
Vereadores tucanos garantem fidelidade e vão seguir decisão de Riedel e Azambuja
Vereadores Juari Lopes, Victor Rocha, Flávio Almi e Papy, todos do PSDB, durante conversa na Câmara Municipal (Foto: Divulgação/CMCG)

Com o PSDB nacional em processo de fusão com o Podemos e possíveis tratativas para uma federação com o Republicanos, os vereadores de Campo Grande que integram a bancada tucana adotam cautela em relação ao tema, mas não escondem o desejo de “trocar de casa” na próxima eleição. Os tucanos observam o movimento das lideranças estaduais — o governador Eduardo Riedel e o ex-governador Reinaldo Azambuja — para então tomar uma decisão de permanecer ou não na nova agremiação.

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Os vereadores do PSDB de Campo Grande estão cautelosos em relação à fusão do partido com o Podemos e uma possível federação com o Republicanos. Eles aguardam a decisão das lideranças estaduais, Eduardo Riedel e Reinaldo Azambuja, para definir se permanecem na nova agremiação. A maioria dos vereadores expressa fidelidade às lideranças locais, mas também manifestam preocupações sobre viabilidade eleitoral e segurança jurídica para uma eventual mudança de partido. A fusão deve ser oficializada até abril, e as negociações com o Republicanos estão em andamento, visando fortalecer a base partidária para 2026.

Apesar da indefinição no cenário nacional, o sentimento majoritário entre os vereadores é de fidelidade à liderança estadual e expectativa de que o novo arranjo partidário possa fortalecer a legenda em nível local. Ao mesmo tempo, os parlamentares já esboçam planos de candidatura e manifestam preocupações com viabilidade eleitoral, representatividade interna e segurança para eventual mudança de legenda.

Líder da bancada tucana na Câmara, o vereador Vitor Rocha é direto: seguirá a decisão de Riedel e Azambuja. “Estamos bem representados. Eles tomam a decisão e a gente vai acatar e apoiar”, afirmou.

Para ele, a fusão com o Podemos não gera desconforto. Pelo contrário, reforça a representatividade política da legenda e pode fortalecer o projeto estadual. “Seguimos trabalhando com tranquilidade e deixamos essa parte da decisão política nacional nas mãos do grupo”, afirmou o vereador que quer disputar uma vaga de deputado estadual em 2026.

Presidente da Câmara, Epaminondas Neto, o Papy, reforça a intenção de permanecer alinhado com o grupo. “Vou aguardar a definição das nossas principais lideranças”, disse, referindo-se diretamente a Riedel e Azambuja. Ele também destacou a importância de um movimento coletivo e afirmou que, por ora, não pretende concorrer a nenhum cargo em 2026. “Considero ainda muito cedo para qualquer decisão”, disse.

Filiado ao PSDB “por convicção”, o vereador Juari Lopes se apresenta como um político alinhado à social-democracia e à tradição tucana. No entanto, admite que sua permanência dependerá da composição final do novo partido. “Vou ver quem é que fica nessa fusão, quem é que fica nessa incorporação”, disse.

O tucano convicto quer disputar uma vaga de deputado federal e teme repetir o cenário de 2022, quando, segundo ele, “fez legenda e não teve retorno”. Se não enxergar espaço real para concorrer dentro do novo PSDB, estuda pedir liberação formal para deixar o partido. “Se eu olhar para dentro do partido e me ver encaixado no projeto para disputar federal, ficarei. Se não, tô fora”, disparou.

Também com planos de concorrer a deputado estadual, o vereador Silvio Pitu prefere aguardar até o fim do processo de fusão antes de qualquer decisão. “Cada dia é um fato novo. Até o prazo final, muita coisa pode acontecer. Por isso, vou esperar até o último minuto”, afirmou.

Assim como os demais, Pitu comenta que sua posição será tomada com base nas diretrizes que vierem de Riedel, Azambuja e outras lideranças. “Seis meses atrás, quando disse que iria para o PSDB, ninguém conseguiu mudar minha decisão. Agora, também vou esperar.”

Com pretensão de disputar uma vaga de deputado estadual em 2026, Flavio Cabo Almi avalia positivamente a possível fusão com o Podemos, partido que o parlamentar conhece bem, pois disputou uma vaga com deputado federal em 2022, sendo o 13º mais votado de todo o Estado.

“Só o fato de o partido conseguir manter seus participantes e não deixar todo mundo ir embora já fortalece”, afirmou. Para ele, a permanência de Riedel e Azambuja no partido é fundamental. “É uma honra fazer parte do partido do governador.”

A vereador que tem origem no Partido dos Trabalhadores acredita que a união entre PSDB, Podemos e eventualmente Republicanos pode não atingir o tamanho ideal de imediato, mas será uma construção sólida ao longo do tempo. “É uma das tratativas mais importantes. Estamos construindo.”

O PSDB é atualmente o partido com maior número de vereadores em Campo Grande e lidera em prefeituras no Estado, além de manter três deputados federais (Dagoberto Nogueira, Beto Pereira e Geraldo Resende). Mesmo assim, o partido vive um processo de reorganização nacional que tem gerado incertezas.

A fusão com o Podemos deve ser oficializada até o fim de abril, e a possível federação com o Republicanos está em negociação. A partir dessas definições, as lideranças regionais esperam consolidar uma nova base partidária, mirando 2026.

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