Jovens acusados de matar garota de programa são soltos
Acusados da morte da garota de programa Claudinéia Rodrigues, Leonardo Leite Cardoso e Fernando Pereira Verone foram soltos. Eles, que estavam presos desde junho de 2009, deixaram o Instituto Penal, em Campo Grande, na manhã de hoje.
A liberdade veio após decisão do TJ (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), que deu provimento a recurso apresentado pela defesa de Leonardo. Em novembro do ano passado, o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos, determinou que Leonardo, Fernando e Hugo Pereira da Silva (que já estava em liberdade), fossem a júri pelo assassinato.
A defesa recorreu e obteve ontem decisão favorável da 2ª Turma Criminal.
De acordo com a advogada Solange Helena Terra Rodrigues, a defesa solicitou liberdade e absolvição sumária para Leonardo.
O alvará de soltura chegou hoje ao presídio, quanto à absolvição, a defesa aguarda a publicação da decisão para saber se Leonardo irá a júri popular. A advogada enfatiza que há um laudo pericial atestando que o jovem é inimputável, ou seja, não tem consciência dos seus atos.
"Ele tem distúrbio bipolar e já fazia tratamento no Rio de Janeiro, antes de vir para cá". O recurso da defesa questionou porque Hugo estava em liberdade e os demais presos. Acadêmico de Direito à época da prisão, Fernando requereu a extensão do benefício dado a Leonardo.
Socos e pontapés - Mãe de três filhos, a garota de programa conhecida como Néia foi morta a socos, pontapés e golpes de tijolo na cabeça. O crime aconteceu na madrugada do dia 9 de maio, em um terreno atrás do Aeroporto Internacional de Campo Grande.
O trio estava no carro do pai de Fernando, um Pálio Weekend, quando "pegaram" a vítima e uma amiga no Centro da Capital. Eles seguiam para um motel, quando, ao perceber a situação de perigo, a amiga de Néia pulou do carro em movimento.
Não há definição sobre a autoria do crime. "A controvérsia está em saber quem assassinou a mesma no local do crime, porquanto Hugo e Fernando negam os atos de
execução da vítima, atribuindo exclusivamente a Leonardo e este também nega, admitindo, todavia, desferir apenas um golpe de pedra na cabeça dela, sem intenção de matar", enfatiza o magistrado na sentença que mandou os jovens a júri.