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Cidades

Mais de dez mil em dólares e euros denunciaram Battisti a PRF em MS

Ex-ativista Italiano presta esclarecimentos na Delegacia da Polícia Federal em Corumbá; Ele foi preso na tarde desta quarta-feira durante Blitz da PRF

Izabela Sanchez | 04/10/2017 17:45
O ex-ativista Cesare Battisti deixa o Complexo Penitenciária da Papuda, em Brasília - Givaldo Barbosa/Agência O Globo)
O ex-ativista Cesare Battisti deixa o Complexo Penitenciária da Papuda, em Brasília - Givaldo Barbosa/Agência O Globo)

Preso na tarde desta quarta-feira (4) em Corumbá, a 419 km de Campo Grande, tentando escapar para a Bolívia, o ex-ativista italiano Césare Battisti chamou atenção dos policiais em razão de uma quantia 'significativa' de moeda estrangeira, diz a PRF (Polícia Rodoviária Federal), o que levou os policiais a suspeitarem do veículo onde estava o italiano.

Com ele, conforme explica a assessoria da PRF, foram apreendidos mais de R$ 10 mil reais, em dólares e euros. Battisti estava no carro junto com outros 2 passageiros. A quantia ainda é contabilizada pela Polícia Federal. Nesta tarde, o italiano presta esclarecimentos na Delegacia da Polícia Federal em Corumbá.

Táxi boliviano - Césare Battisti foi pego no momento em que já estava em um táxi boliviano. "Por se tratar de região de fronteira, os policiais rodoviários federais comunicaram a Polícia Federal, que realizou o acompanhamento do referido veículo até a divisa entre os dois países. O estrangeiro foi detido no momento em que tentava sair do Brasil em um taxi boliviano", comentou a assessoria da PRF.

Nesta tarde, ele presta esclarecimentos sobre o crime de evasão de divisas, quando uma pessoa envia valores para o exterior sem a devida declaração a autoridade competente. Conforme explicou a assessoria de imprensa da PRF, um posicionamento oficial sobre a situação jurídica de Battisti deve ser divulgado na quinta-feira (5).

Em busca de um novo refúgio

A principal suspeita, conforme noticiou o jornal O Globo, é que ele tentava novo refúgio no país vizinho de Mato Grosso do Sul, a Bolívia. Isso porque o governo italiano pediu "formalmente" ao Brasil que anule o refúgio dado à Battisti, para que ele seja devolvido e cumpra a pena no país de origem.

O ex-ativista do PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), grupo de extrema esquerda ativo na Itália no fim dos anos 1970, vive em refúgio no Brasil desde 2010, quando o refúgio foi concedido pelo ex-presidente Lula. A decisão teve entendimento oposto ao do STF (Supremo Tribunal Federal) à época, que autorizou a extradição para a Itália.

Volta ao mundo para fugir da prisão - Em 1987 Battisti foi condenado pela justiça italiana, por terrorismo, à prisão perpétua, com restrição de luz solar, pela suposta autoria, direta ou indireta, dos quatro homicídios atribuídos ao PAC – além de assaltos e outros delitos menores, igualmente atribuídos ao grupo. Ele nega as acusações.

O jornal O Globo publicou uma 'linha do tempo' da 'caçada' ao italiano. Em 1979, conforme a publicação, ele foi preso em Milão pela morte de um joalheiro. Em 1981 conseguiu fugir para a França, onde viveu de forma clandestina, e no ano seguinte foge para o México. Em 1990, conta o jornal, ele volta para a França, acolhido pelo presidente François Mitterrand, sob a condição de abandonare a luta armada.

Chega ao Brasil - Em 2007, explica O Globo, Battisti deixou a França após a revogação de sua condição de refugiado, vindo para o Brasil. Ele foi preso no Rio de Janeiro e cumpriu prisão preventiva para fins de extradição na penitenciária da Papuda, em Brasília até 2010.

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