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Cidades

Maníaco da Cruz e policial divergem sobre disparo em cela de delegacia

Aline dos Santos | 01/05/2013 09:57
Jovem que cometeu crimes em série foi devolvido ao Brasil pela polícia paraguaia. (Foto: Conesul News)
Jovem que cometeu crimes em série foi devolvido ao Brasil pela polícia paraguaia. (Foto: Conesul News)

O disparo ocorrido ontem na cela de Dionathan Celestrino, de 21 anos, o Maníaco da Cruz, tem duas versões. No boletim de ocorrência, o policial civil relata que foi um tiro acidental. Segundo ele, com medo do maníaco, uma pessoa perigosa, ele decidiu retirar a arma de perto da cintura e colocar atrás do corpo por questão de segurança. Neste manuseio, o revólver disparou.

Já Dionathan afirma que a intenção do policial era atirar nele. O episódio aconteceu na 2ª delegacia de Ponta Porã, onde o maníaco está detido desde segunda-feira, quando foi localizado no Paraguai.

O policial foi preso em flagrante por disparo de arma de fogo. Por se tratar de crime cuja pena é de até quatro anos, foi arbitrada fiança. Ele pagou e responderá em liberdade. Também foi aberto procedimento administrativo para que a Corregedoria apure o caso.

Na versão do policial, a cela de isolamento, onde está o maníaco, é pequena e o espaço limitado favoreceu o disparo quando tirou a arma do coldre. Nesta quarta-feira, o maníaco será transferido de Ponta Porã para Campo Grande.

O governo tenta encontrar um local para o jovem, que ficou conhecido por cometer assassinatos em série, sempre deixando os corpos da vítima em formato de cruz.

Ontem, o superintendente da Assistência Socioeducativa, Hilton Vilassanti, afirmou que 23 clínicas em São Paulo e Minas Gerais já foram consultadas, mas, ainda não responderam se aceitam Dionathan. Uma ordem judicial determina a internação compulsória.

O impasse sobre a situação de Dionathan Celestrino se arrasta desde outubro de 2011, quando venceu o prazo legal de permanência na Unei (Unidade Educacional de Internação) de Ponta Porã, fronteira com o Paraguai. Em março deste ano, o rapaz fugiu.

Ele foi localizado pela polícia paraguaia e aparentava levar uma vida normal do outro lado da fronteira. Dionathan Celestrino estudava e trabalhava. Ele estava ilegal por não ter o documento conhecido como “permisó”.

Em entrevista jornal paraguaio Amambay Noticias, o maníaco mudou a versão para os três assassinatos. Segundo ele, as mortes não foram com base em um julgamento moral de quem deveria morrer ou viver, mas crimes de pistolagem. “Recebia de uma pessoa que era minha amiga. Eu era pistoleiro”, relatou.

Assassino em série - O primeiro a morrer foi o pedreiro Catalino Gardena, que era alcoólatra. O crime foi em 2 de julho de 2008. A segunda vítima foi a frentista homossexual Letícia Neves de Oliveira, encontrada morta em um túmulo de cemitério, no dia 24 de agosto.

A terceira e última vítima foi Gleice Kelly da Silva, de 13 anos, encontrada morta seminua em uma obra, no dia 3 de outubro. Dionathan foi apreendido em 9 de outubro, seis dias após o último assassinato.

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