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Cidades

MS descarta comprar vacina francesa e aguarda solução 'mais viável'

Christiane Reis e Yarima Mecchi | 25/10/2016 15:04
Nelson Tavares acredita em uma vacina com custo mais viável. (Foto: Fernando Antunes)
Nelson Tavares acredita em uma vacina com custo mais viável. (Foto: Fernando Antunes)

Vacinas contra a dengue produzidas por um laboratório francês, e que na rede particular cada uma das três doses necessárias para maior eficácia chegam a custar R$ 350, não serão distribuídas na rede pública de Mato Grosso do Sul. A afirmação é do secretário de Estado de Saúde, Nelson Tavares, ressaltando que a principal possibilidade é obter medicamento de custo mais acessível, em fase de testes pelo Instituto Butantan.

Durante solenidade de lançamento da Campanha Estadual de Continuidade no Combate ao Mosquito Aedes aegypti, nesta terça-feira (25), na Governadoria, o secretário ressaltou que o custo da vacina inviabiliza a aquisição. “Essa vacina neste preço é pouco provável, sem cogitação de o Estado comprar e o Ministério da Saúde também não deve adquirir. Estamos trabalhando junto com o Butantan para termos uma vacina mais viável, fabricar com baixo custo, uma fabricação pública”, declarou.

Nas clínicas particulares, conforme reportagem recente do Campo Grande News, o custo de cada dose do imunizante, fabricada pelo laboratório Sanofi Pasteur, da França, é de R$ 350 e o tratamento completo R$ 1 mil por pessoa, pois o necessário são três doses.

Vacina – Em relação aos estudos do Butantan, Campo Grande participa da fase final de testes da vacina contra a dengue, ainda sem data para serem concluídos. No dia 1º de setembro deste ano, evento na Unidade de Saúde do Bairro Coophavilla II reuniu autoridades e pessoas que passarão pelas pesquisas na Capital.

No total, serão 1,2 mil pessoas que serão monitoradas por equipe coordenada pelo professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) Erivaldo Elias Júnior. As pessoas serão monitoradas durante cinco anos, por telefone ou visitas nas casas.

A vacina, desenvolvida pelo Instituto Butantan, é feita do vírus vivo, mas enfraquecido. A intenção é que a substância proteja contra os quatro tipos do vírus da dengue. O objetivo dos testes é comprovar a eficácia da vacina. Para isso, dois terços dos participantes receberão a vacina, e o restante terá acesso a uma substância com as mesmas características da vacina, mas sem efeito – o chamado efeito placebo.

A vacina é desenvolvida desde 2008, fruto de parceria entre o Instituto Butantan e o National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos, que já estudava o insumo. Testes anteriores foram realizados em 900 pessoas: 600 na primeira fase de testes clínicos, realizada nos Estados Unidos pelo NIH, e 300 na segunda etapa, realizada na cidade de São Paulo em parceria com a Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e com o Instituto Adolfo Lutz.

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