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Cidades

MS é o 2º Estado com menos favelas, sendo 3 na Capital e 5 em Corumbá

Paula Vitorino | 21/12/2011 12:40

Estado tem a 4ª maior média de moradores em favelas do país; Surgimento de favelas em Corumbá conseguiu reunir 4 vezes mais habitantes do que a Capital

Moradores da comunidade Cidade de Deus têm que conviver com lixo (Foto: Simão Nogueira)
Moradores da comunidade Cidade de Deus têm que conviver com lixo (Foto: Simão Nogueira)

Mato Grosso do Sul tem a segunda menor proporção de favelas do país, com 0,25% de domicílios, ficando atrás apenas de Goiás, que tem 0,13% de ocupação irregular. A maior concentração é no Pará, com 17,4% dos domicílios em favelas.

Os dados são do Censo 2010 divulgado hoje pelo IBGE, que revela a situação de todo país em relação a ocupação de aglomerados subnormais, o nome técnico utilizado para definir conjuntos habitacionais irregulares – favelas, palafitas ou outros.

O levantamento classifica 879 domicílios do Estado como irregulares, para o total de 763.696 residências. Eles estão distribuídos em 8 aglomerados subnormais, sendo 5 em Corumbá (Havaí, Jatobá, Loteamento Pantanal, Tiradentes e Vulcano) e 3 em Campo Grande.

Em 2000, segundo o IBGE, as favelas de MS estavam concentradas apenas na Capital. Eram 6 aglomerados ao todo: Piratininga, Dona Neta, Aero Rancho 2, Santa Luzia, Sayonara e Jardim Noroeste.

De acordo com a última pesquisa, Censo 2010, as favelas na Capital mudaram de local e estão distribuídas pelos bairros da Vila Nasser (Vila Nossa Senhora Aparecida), Dom Antônio Barbosa, (Cidade de Deus) e Moreninhas (Alta Tensão).

No entanto, o IBGE ressalta que os dados foram colhidos em meados de 2010 e, portanto, a realidade de alguma dessas comunidades já pode ter mudado, e hoje poderiam não ser mais classificadas como favelas. A constante mudança de local e população é uma das características destacadas pelo Instituto sobre os aglomerados.

Um exemplo é a favela da Cidade de Deus, construída aos pés do lixão, que em setembro deste ano foi removida para as 362 casas do residencial José Teruel Filho. Com isso, os moradores dizem que apenas 20 famílias continuam morando em barracos, quantidade que não é considerada suficiente para ser classificada como um aglomerado subnormal.

Para ser um aglomerado, é preciso um conjunto constituído de no mínimo 51 unidades habitacionais carentes de serviços públicos essenciais, ocupando ou tendo ocupado recentemente terreno de propriedade alheia (pública ou particular) e distribuídos de forma desordenada na área.

A falta de vias adequadas para circulação de meios de transporte e a ausência da rede de esgoto e energia também são fatores considerados para a classificação.

Distribuição - As 5 favelas criadas em Corumbá nos últimos 10 anos conseguiram agrupar 4 vezes mais moradores em relação a ocupação dos aglomerados na Capital.

São 5.767 habitantes nas favelas de Corumbá, enquanto que em Campo Grande são 1.482 moradores ocupando os aglomerados.

Apesar de ser o segundo Estado com menos favelas do país, o alto índice de moradores nessas áreas, principalmente em Corumbá, coloca MS na quarta posição entre a maior média de habitantes por domicílio, que é de 3,86. Amapá tem a maior média, com 4,52 habitantes/domicílios.

Em todo o país, são 11,4 milhões de brasileiros morando em favelas, o que representa um total de 6,0% da população.

Do total de 7.249 moradores em favelas em MS, 32,5% estão na faixa etária entre 0 e 14 anos, e 75,2% (5.456) são negros ou pardos.

Renda e serviços essenciais - O Censo 2010 também revela que MS tem a 9º maior renda mensal por domicilio das favelas, R$ 231. A maior média do país é de R$ 510, em Rondônia e outros 8 estados.

Em relação a distribuição dos serviços essenciais nas favelas, MS tem o 3º menor percentual de domicílios com rede de esgoto. Apenas 6,7% das residências tem esgoto e 68,9% tem fossa.

No fornecimento de energia elétrica, o Estado tem 98,6 dos domicílios atendidos nas favelas, ficando na 5ª posição nacional.

Já em relação ao percentual de domicílios com abastecimento de água por rede geral de distribuição no Brasil o Estado ocupa a 7ª posição, com 96,8% dos domicílios. A média nacional ficou entre 98,5% (Paraíba) e 29,9% (Rondônia).

Sobre a coleta de lixo, o Estado tem 92,59% dos domicílios em aglomerados subnormais com o lixo coletado, representando o 11º percentual do país.

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