MS tem 5ª menor taxa de analfabetismo do país, mas são 104 mil sem saber ler
A quantidade de analfabetos no Estado representa quase 1% dos 11,5 milhões de brasileiros sem qualquer instrução
Mato Grosso do Sul tem 104 mil pessoas que não sabem ler e escrever – 5% da população com 15 anos ou mais. A quantidade de analfabetos no Estado representa quase 1% dos 11,5 milhões de brasileiros que sequer foram alfabetizadas.
Mato Grosso do Sul, juntamente com Amapá, tem a 5ª menor taxa de analfabetismo do país em 2017, ficando atrás do Distrito Federal, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná.
Os dados estão na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua: Educação, divulgada nesta sexta-feira (18) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Negros – A taxa de analfabetismos é maior entre os pardos e negros. Consta na pesquisa, que em 2017, 3,8% dos brancos com 15 anos ou mais eram analfabetos, enquanto para as pessoas de cor preta ou parda este número era de 6,1%. Em 2016, as taxas eram, respectivamente, de 4,6% e 7,6%.
A Pnad Contínua divulgada em dezembro de 2017, mostrava que do total de analfabetos no Estado, 65% era negros no ano retrasado.
O recorte do estudo divulgado no fim do ano passado era maior. Conforme a pesquisa, havia em 2016, 2,072 milhões de sul-mato-grossenses com 14 anos ou mais e desta parcela populacional, 168.601 (ou 8,13%) não tinham nenhuma instrução.
Do total de analfabetos em Mato Grosso do Sul, 109.586 (65%) eram pretos ou pardos (nos termos do IBGE) e 57.323 (34%), brancos. Com essa diferença, a quantidade de negros analfabetos era, no Estado, 91% superior a de brancos em igual situação.
Meta – O Estado, assim como todas as outras unidades da federação, tem seis anos – até 2024 – para acabar com a taxa de analfabetismo.
Embora tenha sofrido queda de 1,3% de 2016 para 2017, segundo a analista do IBGE e responsável pela pesquisa, Marina Aguas, para atingir a meta estabelecida no PNE (Plano Nacional de Educação), os Estados precisam acelerar as políticas pública específicas, por exemplo, para alfabetizar pessoas com mais de 60 anos.
Também seguindo a tendência nacional, em Mato Grosso do Sul, mesmo em queda, a taxa de analfabetismo persiste mais alta para idades mais avançadas: em 2017, entre as pessoas com 60 anos ou mais de idade, a taxa foi de 16,4%, 3,5 pontos percentuais a menos do que em 2016 (19,9%).
“Há uma questão muito demográfica no analfabetismo, que é maior nas pessoas mais velhas”, concluiu Marina em entrevista ao Estadão.
Para a Agência Brasil, a coordenadora da pesquisa explicou que para “atingir as metas do PNE vai depender muito das medidas e políticas a serem adotadas”.
País - No Brasil, em 2017, a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade foi estimada em 7,0% (11,5 milhões de analfabetos). Se comparada a taxa de 2016 (7,2%), o número apresentou redução de aproximadamente 300 mil pessoas.