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Cidades

Na 3ª invasão do ano, 300 famílias acampam em prédio do Incra

Raiza Calixto | 16/07/2015 11:02
Os integrantes do movimento sem-terra invadiram o prédio do INCRA no início da manhã(Foto:Fernando R. Ientzsch)
Os integrantes do movimento sem-terra invadiram o prédio do INCRA no início da manhã(Foto:Fernando R. Ientzsch)
O presidente do Mac, Claudinei Monteiro ressalta que a manifestação terá duração indeterminada.(Foto:Fernando R.  Ientzsch)
O presidente do Mac, Claudinei Monteiro ressalta que a manifestação terá duração indeterminada.(Foto:Fernando R. Ientzsch)
Cerca de trezentas famílias participam da manifestação(Foto: Fernando R.Ientzsch)
Cerca de trezentas famílias participam da manifestação(Foto: Fernando R.Ientzsch)

Cerca de 300 famílias do MST (Movimento Sem Terra) e do MAC (Movimento da Agricultura Camponesa) invadiram, no início da manhã de hoje (16), o prédio do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). É a terceira ocupação do prédio, que fica no antigo Shopping Marrakech, no Jardim dos Estados, em Campo Grande, nos últimos três meses.

Em uma das invasões, o MST participou de marcha com a CUT (Central Única dos Trabalhadores). Agora, eles cobram o cumprimento do acordo realizado em junho, que previa o envio de equipes de Brasília para agilizar a retomada da reforma agrária em Mato Grosso do Sul. A direção nacional prometeu enviar um grupo até ontem (15).

“Nós cumprimos o acordo que fizemos com o INCRA, mas o órgão não cumpriu a parte dele, as equipes não vieram, e nós estamos sendo prejudicados. Famílias inteiras vieram protestar, trouxeram inclusive as crianças,porque eles não aguentam mais arriscar suas vidas morando nas beiradas de estradas, e nós vamos ficar aqui o tempo que for preciso, viemos preparados, e queremos uma resposta satisfatória", declarou Claudinei Monteiro, 36 anos, presidente do MAC.

Entre as reivindicações dos sem-terra estão o cadastramento, a vistoria das áreas e a formação de novos assentamentos. Neste ano, só foram assentadas 178 famílias na Fazenda Nazaré, em Campo Grande. Os movimentos estimam que são necessários 30 mil lotes para atender a demanda no Estado.

O pedreiro Emanuel Lopes, 40, luta por um lote há cinco anos. Ele acredita que os sem-terra precisam fazer essa mobilização para conseguir melhorias de vida. ”Olha, é muito importante que todos os sem-terras participem mesmo dessas manifestações, só nós sabemos o que enfrentamos nas beiras de estradas,se ficarmos la esperando o pessoal de Brasília vir avaliar a nossa necessidade, nada vai acontecer, estamos lutando por nossos direitos há vários anos”, desabafou.

Conforme o superintendente do Incra, Sidney Ferreira, espera uma solução pacífica para a ocupação. Ele destacou que os sem-terra serão atendidos e a pauta vai ser analisada pela direção do órgão.

”Nós recebemos os representantes do movimentos, e pedimos para que eles tragam a pauta escrita, para uma avaliação, e dessa forma tentaremos conseguir uma solução satisfatória na medida do possível, tem também a questão do cenário nacional, do fator ecônomico, o orçamento esta sendo disponibilizado apenas nesse mês, precisamos analisar toda a situação para atender melhor os sem-terras que estão no direito deles de se manifestarem", afirmou.

Antonio Montebeller, 38, proprietário de uma loja dentro do mesmo prédio do Incra, contou que as manifestações não alteram a rotina do estabelecimento. As lojas funcionaram normalmente nesta quinta-feira.

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