Participação da mulher na indústria já representa 26,3% do total em MS
Setor emprega 35.194 mulheres, a maior parte no segmento de alimentos e bebidas
O percentual de mulheres trabalhando nas indústrias de Mato Grosso do Sul aumentou em janeiro deste ano, com relação a janeiro de 2014. Levantamento do Radar Industrial da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) aponta que o percentual de trabalhadoras nas empresas industriais do Estado subiu de 25% para 26,34%. No total de 133.615 empregados no setor atualmente, 35.194 são mulheres.
A maioria, em número absoluto, atua nas indústrias de produtos alimentícios e bebidas, com 15.867 trabalhadoras. Logo em seguida, aparece o segmento de vestuário, têxtil e artefatos em tecidos, com 5.833 empregadas. Percentualmente, as indústrias de calçados lideram, com 74,87% de mulheres no total de 2.181 trabalhadores do segmento.
Empresárias - Um exemplo da força da mulher na indústria é a empresária Anita Burille, que está à frente da empresa DItália PVC, de Campo Grande. Para ela, esse espaço não foi conquistado por acaso, mas foi um processo histórico e, como qualquer profissional, a mulher teve de demonstrar seus atributos e aptidões.
“Essa história teve início quando a mulher começou a frequentar a universidade, ganhou conhecimento, se formou e já foi para o campo de trabalho. Ainda temos poucas mulheres na indústria, mas as poucas que temos devem ser expressivas, então a gente tem de trabalhar mais, ser responsável e fazer tudo muito bem, porque nós nos cobramos e a sociedade também”, declarou.
Já a empresária Idalina Zanolli, proprietária da Agosto Confecções, também de Campo Grande, revela que ingressou no mundo da indústria da confecção, há 25 anos, pela necessidade de trabalhar, e viu nesse mercado uma oportunidade de crescer.
“Sou feliz com o que faço e acredito no potencial de todas as mulheres, vejo que a mulher tem muita força. A gente mudou essa visão de que a mulher é o sexo frágil, porque hoje competimos com o homem de igual para igual. É claro que existem alguns serviços que não temos a força física necessária, mas a capacidade intelectual nós temos”, afirmou, informando que administra uma média de 100 funcionários, dos quais 60% são mulheres.
Time feminino - O manuseio da máquina, as roupas nem um pouco femininas e até mesmo o ambiente onde o time masculino predomina não impediram a auxiliar de produção Michele Pereira de Souza, 32 anos, de ir em busca da realização profissional. Ela trabalhava como autônoma, mas, por indicação da mãe, que já trabalhava no ramo, ingressou no quadro de funcionários da DItália PVC.
Além da satisfação profissional, Michele conta que o emprego permitiu aumentar a renda da família. “A renda fixa com registro na carteira e os benefícios foram atrativos para entrar na indústria. Oferece mais estabilidade do que trabalhar sem a certeza de ter o que receber no fim do mês, como era no trabalho autônomo”, disse.
A auxiliar de produção Patrícia Albuquerque, 34 anos, da Indústria Soprano, de Campo Grande, também era trabalhadora autônoma, mas optou por trocar as vendas pelo trabalho na fábrica. Ela conta que a recompensa veio de muitas formas:.“A entrada na indústria foi uma grande oportunidade. A carteira assinada, o direito a férias e o sacolão são algumas vantagens, além da casa própria que consegui comprar graças ao emprego”. Ela, que é uma das 270 mulheres que integram o quadro de funcionários da Soprano, que hoje tem, no total, 450 empregados.