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Cidades

Polivalentes, quadrilhas são autoras de crimes de maior prejuízo

Luana Rodrigues | 18/09/2015 07:18
Membros das quadrilhas presas em abril, especializadas em roubos a residências. (Foto:Arquivo/ Marcelo Calazans)
Membros das quadrilhas presas em abril, especializadas em roubos a residências. (Foto:Arquivo/ Marcelo Calazans)

Um conjunto de pessoas mal intencionadas que se reúnem de forma organizada e sob a liderança de alguém, para cometer assaltos e demais atividades criminosas. Essa é a definição do termo "quadrilhas" no dicionário. Sistemáticas, coerentes e metódicas, esse tipo de ação criminosa, baseada na organização, tem ajudado a aumentar o número de roubos e furtos no Estado.

Conforme o delegado Luis Carlos Ojeda, titular da Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos), não é possível afirmar o percentual dos crimes cometidos por essas organizações, mas elas são responsáveis pelos roubos e furtos que causam maior prejuízos as vítimas. "São crimes que exigem um preparo um pouco maior dos autores, alguns inclusive vem de fora do estado só para praticar o delito", contou o delegado.

Em abril, durante a operação "Páscoa Livre", a Derf prendeu três quadrilhas especializadas em roubos a residência na Capital e no interior. Juntas, elas praticaram pelo menos 20 assaltos nos últimos meses. A ação levou a prisão de 17 pessoas.

Quadrilha acusada de furtar mais de 100 motos (Foto: Filipe Prado)
Quadrilha acusada de furtar mais de 100 motos (Foto: Filipe Prado)
Quadrilha é suspeita de ser especializada em furtos de celulares. (Foto: Diário de Goiás/BillTerra)
Quadrilha é suspeita de ser especializada em furtos de celulares. (Foto: Diário de Goiás/BillTerra)

Já em agosto, a Defurv (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Furtos e Roubos de Veículos) prendeu quatro homens, acusados de furtar mais de 100 motocicletas e revender de R$ 1 mil a 1,1 mil, em sites de vendas como a OLX.

Conforme o delegado Gustavo Ferraris, dois eram responsáveis por levar um terceiro bandido nos locais onde tinham uma grande concentração de motos, como na região central e próximos a universidades. Ele fazia o furto e adulterava ou trocava a placa da moto. Depois disso, vendia por R$ 600 as motos para outro criminoso, que anunciava a venda em sites de compra na internet.

Considerados de extrema periculosidade, os bandidos, segundo informações da polícia, estudavam minuciosamente as famílias que tinham como alvo, abastecidos por informações repassadas por pessoas próximas às vítimas. Em alguns casos, até familiares cooperaram com as quadrilhas.

Segundo o delegado, o principal critério para a escolha das famílias era os bens que possuíam. “Eles não se preocupavam com segurança ou até mesmo com testemunhas, pois eram bem estruturados e articulavam a ação com detalhes. O importante era que as vítimas tivessem vários objetos de valor. Até arma eles procuravam saber se elas tinham em casa”, explica.

Recentemente, mais de 140 pessoas tiveram os celulares roubados e furtados durante um show em Campo Grande. Uma quadrilha de dez pessoas foi presa em Goiânia(GO), acusada de ter cometido os crimes. Eles teriam planejado a ação e seriam responsáveis por praticar o mesmo crime em outras cidades, o que os caracteriza como quadrilha especializada.

Polivalentes - Na contramão das apreensões, os números de crimes cometidos pelas grandes quadrilhas não diminui na mesma proporção. Apesar do aumento de ocorrências que resultaram na apreensão de armas, no número de prisões de integrantes e membros de quadrilhas especializadas e outros grupos organizados, não houve redução no percentual de crimes.

O delegado atribui a alta nos índices à atuação de quadrilhas "polivalentes", que cometem vários tipos de crimes."Hoje não tem mais quadrilha só especializada em roubos a residência, furtos, ou só especializada em roubos de veículos(...) a rotatividade é muito alta. Se aumenta a repressão em um setor, eles partem para outro. Eles não param de verdade", afirma.

Conforme Ojeda, "a recomendação é de que independente do crime todas as vítimas registrem o crime junto a polícia, a partir dai iniciamos a investigação e fazemos uma análise comparativa com todos os outros registros, para saber o "modus operandi", perfil dos criminoso e quem sabe identificar a ação de uma quadrilha", explicou o delegado Ojeda.

Além disso, o delegado pede que a população fique atenta, já que esses criminosos costumam observar as vítimas e familiares antes de cometerem os crimes. "Cuidado e atenção é o minimo, qualquer ação suspeita de um estranho se percebida pela vítima pode evitar a progressão de um crime", disse.

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