Preso pela morte de professor é indiciado por homicídio qualificado
Após confessar à Polícia Civil a morte do professor de informática Bruno Soares Santos, 29 anos, o técnico em automação bancária Francimar Câmara Cardoso foi indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo fútil e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O suspeito se apresentou na manhã desta quinta-feira (19) diante de confusão envolvendo parentes dele e de Bruno.
Conforme o delegado que está cuidando do caso, Miguel Said, da 1ª Delegacia de Polícia, a versão apresentada em depoimento foi a mesma que o advogado Marcos Ivan já havia contado ontem à imprensa, de que Francimar teve uma crise de ciúmes ao saber que a esposa havia sido vítima de tentativa de estupro por parte do professor.
O indiciado alega ter pegado uma espingarda de caça que havia recebido como herança do pai há 20 anos e ido até a escola onde Bruno trabalhava com o objetivo de assustá-lo, mas a arma acabou disparando “sem querer”.
Said explicou que a fase investigativa do inquérito já está concluída e, diante da confissão, já não restam mais dúvidas de que o técnico em automação bancária é realmente o responsável pelo homicídio. Agora faltam apenas os laudos periciais para fechar a parte documental, que será encaminhada ao MPE (Ministério Público Estadual), responsável por levar o caso à Justiça. Como se trata de crime contra a vida, Francimar deve ir a júri popular.
O preso contou ao delegado ainda que fugiu para Aquidauana depois de matar o professor de informática, onde estava escondido até voltar a Campo Grande para se entregar. No tempo em que permaneceu foragido, foi emitido, a pedido do delegado, um mandado de prisão temporária, que vale por cinco dias a partir desta quinta.
Ao final do prazo, a polícia pode optar em pedir a renovação do período de detenção. Said disse que ainda vai pensar nessa possibilidade. O advogado do indiciado entende que não há motivos para mantê-lo atrás das grades e assegurou que pedirá habeas corpus caso não seja solto na próxima terça-feira.
Confusão – Francimar estava sendo aguardado por uma multidão em frente à 1ª DP nesta quinta. Quando ele chegou, parentes de Bruno o atacaram com socos e pontapés o chamando de assassino. A família do indiciado não deixou por menos e revidou. Marcos Ivan acabou arrombando uma das portas do prédio para entrar com o cliente, com medo de que fosse linchado.
Após a pancadaria e bate boca, os grupos foram separados e se dispersaram. A família da vítima nega que o professor teve um caso com a esposa do suspeito e dizem que, na verdade, era a mulher quem assediava o colega de trabalho.
Irmão de Bruno, identificado apenas como Júnior, pediu para que todos esquecessem o que ocorreu em 2010, época de registro de 3 Boletins de Ocorrência contra Bruno, por ato obsceno. "O que passou, passou". Sobre a alegação do assassino, de que ele teria agido sob raiva, ao saber do suposto abuso sexual contra a esposa, ele avalia que “não adianta dar desculpa porque o Bruno já está morto. Ele não estuprou ninguém. Agora temos de esperar a justiça de Deus. Ele já pagou com a vida.”