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Cidades

Procura por repelentes cresce até 400% e produto 'some' das prateleiras

Thiago de Souza | 17/12/2015 17:48
Prateleira de repelente parcialmente vazia em farmácia da Capital (Foto: Gerson Walber)
Prateleira de repelente parcialmente vazia em farmácia da Capital (Foto: Gerson Walber)
Gabriela disse que procura por repelente mais indicado é "surreal" (Foto: Gerson Walber)
Gabriela disse que procura por repelente mais indicado é "surreal" (Foto: Gerson Walber)
Empresário procurou repelente com icaradina até no Paraguai. (Foto: Gerson Walber)
Empresário procurou repelente com icaradina até no Paraguai. (Foto: Gerson Walber)

A procura por repelentes do mosquito Aedes aegypti aumentou até 400% em drogarias de Campo Grande. Mulheres grávidas estão entre os maiores compradores, mas teve consumidor que buscou o produto até no Paraguai. Um frasco do tipo mais indicado pelos médicos pode chegar a R$ 200,00.

Em uma rede de drogarias na Avenida Afonso Pena, o repelente tem “saído bastante”, segundo a gerente, que preferiu não se identificar. A prateleira estava vazia e o pedido para a distribuidora já havia sido feito. Ainda de acordo com a responsável, em uma semana 100 pessoas estiveram na loja em busca do produto, que custa entre R$ 16,00 e R$ 200,00.

Em outra rede, localizada na Avenida Eduardo Elias Zahran, o gerente explicou que a procura por repelente subiu 400%, no último mês. “Nunca se vendeu tanto repelente”, afirmou.

Segundo ele, o aumento na procura se deu após as autoridades de saúde associarem o zika vírus, transmitido pelo mosquito aedes aegypti, com casos de microcefalia em crianças recém-nascidas. Em dois dias, 100 unidades do produto se esgotaram e, de um novo pedido de 150 potes, metade já foi vendida.

Próximo dali, na Rua Rui Barbosa, uma drogaria teve de limitar a quantidade de repelentes para cada cliente, privilegiando as grávidas. “Isso deu briga, mas, tivemos de fazer para garantir produto pra todo mundo”, relatou a vendedora Gabriela Cavalcante, 21 anos.

A jovem conta que, na semana passada, publicou em sua página no Facebook que havia encomendado 200 unidades de repelente. “Em menos de duas horas houve mais de 200 compartilhamentos. É surreal. Tive de suspender a publicação”, revelou.

Enquanto Gabriela falava com a reportagem, um cliente entrou na drogaria à procura do repelente e contou que foi até o Paraguai atrás do produto. “Mas, não achei”, relatou o empresário do ramo de turismo Anadir Rosa Júnio, 49 anos.

Orientações

A dermatologista Cristina Yuri Katayama disse que existem dois principais repelentes à venda. Um é a icaradina, e outro o deet.

Segundo a médica, o uso do repelente não tem contra-indicações se usado com moderação, pois a pele absorve a substância. Ela disse que o período do dia com mais incidência de mosquistos é pela manhã e no fim da tarde. A sugestão é cobrir o corpo onde for possível e nas partes expostas usar o repelente. “Pode até jogar um pouquinho em cima da roupa”, sugeriu Katayama.

Ainda segundo a dermatologista, as gestantes devem usar o produto por conta da associação do zika vírus com casos de microcefalia. O indicado é com a icaradina, pois tem maior tempo de proteção. Outros titpos de repelentes podem ser usados, como os de ambiente, composto de citronela. “Isso ajuda, mas o tempo de proteção é menor”, completou.

O Governo Federal estuda distribuir repelente contra o mosquito aedes aegypti para gestantes, a partir de fevereiro de 2016. Representantes do Ministério da Saúde já atuam junto de empresas fabricantes do produto e estudar uma forma de atender toda a população do país.

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