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Cidades

Proibição de telemarketing para candidatos divide opiniões de eleitores

Zana Zaidan | 01/03/2014 14:35

O TSE Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou três novas resoluções para as eleições de 2014. Entre elas, está a proibição do uso de serviços de telemarketing por candidatos para pedir votos aos eleitores.

A regra divide opiniões em Campo Grande. Há quem considere as ligações uma “comodidade”, ao conhecer um resumo das propostas em um telefonema; eleitores que são contra qualquer tipo de imposição aos candidatos e, por outro lado, há quem veja no telemarketing uma tentativa de explorar a população menos instruída.

É o caso do engenheiro Bruno Reginato, 29 anos. Eleitor de São Paulo, ele apóia nova regra. “Para quem tem alguma instrução, é indiferente receber uma ligação. Agora, se pegar um morador da periferia, que não entende que se trata de uma mera gravação, ele vai se sentir o máximo, super especial. É uma forma de manipulação”, opina.

Bruno considera o telemarketing político manobra para enganar eleitores menos instruídos (Foto: Marcos Ermínio)
Bruno considera o telemarketing político manobra para enganar eleitores menos instruídos (Foto: Marcos Ermínio)
Miguela lamenta a proibição, e consideraria votar no candidato se gostasse do que ouviu na ligação (Foto: Marcos Ermínio)
Miguela lamenta a proibição, e consideraria votar no candidato se gostasse do que ouviu na ligação (Foto: Marcos Ermínio)

A aposentada Miguela Chaparro, 70 anos, moradora de Aquidauana, afirma que apesar de o voto não ser obrigatório na faixa etária dela, faz questão de eleger um representante político. Nos anos anteriores, conta, a escolha foi feita a pedido de familiares, por isso, Miguela reprova o fim do telemarketing nas campanhas. “Nunca recebi uma ligação, mas queria ter recebido. É uma forma de conhecer melhor um candidato. Ouviria com atenção, e se gostasse, poderia até votar nele. É uma motivação, a gente sente proximidade”, acredita.

A secretária Cristiane Tabosa, 35 anos, defende a liberdade de escolha. “Ainda bem que nunca recebi uma ligação dessas. Acho que não acrescenta nada, mas têm pessoas que poderiam se interessar. Os candidatos deveriam ser livres para escolher como conduzir a campanha e, para o eleitor, basta continuar ouvindo ou desligar o telefone”, sugere a eleitora da Capital.

Cristiane defende que candidatos deveriam ser livres para conduzir campanha (Foto: Marcos Ermínio)
Cristiane defende que candidatos deveriam ser livres para conduzir campanha (Foto: Marcos Ermínio)

Estudante de medicina, Jéssica Rodrigues, 19 anos, considera a prática “inconveniente”. “Quem tem interesse no candidato tem vários meios, pode assistir ao horário político, usar a internet. Receber uma ligação dessas, em um telefone pessoal, pode ser bem inconveniente”, diz.

Regras – A resolução foi apresentada na quinta-feira (27) pelo ministro Dias Toffoli, com objetivo de disciplinar as regras para as eleições deste ano. Além dos serviços de telemarketing, também será obrigatório que a propaganda eleitoral e os debates na TV sejam transmitidos com legenda ou na Língua Brasileira de Sinais (Libras), para facilitar a compreensão por pessoas com deficiência.

Os candidatos não poderão ser identificados por nome relacionados a autarquias ou órgãos públicos, como “Fulano do INSS”, por exemplo. Também ficou definido que os partidos só podem substituir seus candidatos 20 dias antes da eleição. Antes da decisão, o prazo era de 24 horas antes do pleito.

Sobre financiamento, o TSE reafirmou que o candidato só pode financiar sua campanha com recursos próprios com até 50% do próprio patrimônio.

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