Reunião discute avanço na regulamentação dos queijos de MS
Estudos científicos devem chegar ao “tipo exato” do derivado produzido no Estado
A busca pela regulamentação do queijo de Mato Grosso do Sul foi tema de reunião entre produtores, vendedores, empresários, Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e Aqueijart (Associação dos Produtores de Queijo Artesanal de Mato Grosso do Sul). O encontro propôs estudo científico para se chegar à categoria, exata, do derivado sul-mato-grossense.
O FoRC (Food Research Center), Centro de Pesquisas em Alimentos da USP (Universidade de São Paulo), estuda os microrganismos associados a produção e a qualidade de queijos artesanais. As pesquisas iniciaram por Minas Gerais, região mais avançada nos estudos, e incentiva pesquisadores de demais estados brasileiros.
Em Campo Grande, o encontro foi proposto pela nutricionista e pesquisadora Priscilla Souza do Carmo, que iniciou estudo científico da produção do derivado no Estado. Ela pontua que Mato Grosso do Sul deu os primeiros passos em setembro de 2017, mas, ainda, não avançou como o estado mineiro.
No ano passado, por exemplo, técnicos da Semagro, Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) e Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal começaram a construção de um padrão, para nortear os produtores rurais do Estado. As pesquisas tiveram apoio do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).
Priscilla que também é graduanda no curso de Engenharia de Alimentos pela UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso Sul) está confiante com a busca pela regulamentação, já que os participantes se mostraram interessados na pesquisa.
“Cada estado tem suas particularidades de produção de queijo. O de Mato Grosso do Sul é diferente do de Minas. Aqui todos são artesanais, mas ainda não se sabe, exatamente, qual o tipo do queijo, tem muito a ser estudado”, ressalta.
No Brasil - A primeira regulamentação sobre os “Queijos Artesanais” ocorreu em 2000, pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Ficou estabelecido que a comercialização de queijos fabricados a partir de leite cru seria permitida pela SIF (Inspeção Federal), tempo mínimo de 60 dias de maturação (Cura).
Em 2011, o Mapa permitiu que os queijos artesanais a partir de leite cru fossem maturados por um período inferior a 60 dias, quando estudos técnico-científicos comprovarem que a redução do período de maturação não compromete a qualidade e a inocuidade do produto.
Em junho deste ano, a lei federal 13.680 criou o selo 'Arte' que passa a identificar produtos artesanais de origem animal. A nova regulamentação desburocratizou a produção e a comercialização desses produtos entre estados e transferiu a fiscalização aos órgãos de vigilância sanitária estaduais.
Produção - O Brasil se destacou na produção de queijos na última década. A quantidade foi superior a 751 mil toneladas e o consumo do derivado chegou a cerca de quatro quilos por pessoa, anualmente.
A reunião aconteceu no Mercadão Municipal de Campo Grande e participantes mostraram interesse na regulamentação da legislação de produtos artesanais e o reconhecimento do queijo produzido em Mato Grosso do Sul.
Estavam presentes zootecnista Orlando Serrou Camy Filho, Gestor Técnico da Semagro, box do Paulo, box do Nelson e Cleber, box do Beto, Ki frios, Empório do Queijo, veterinário Paulo Fernando Pereira Barbosa, Aqueijart e dono da Indústria Vale Formoso, Francisco Oliveira do Carmo.