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Cidades

Sem leitos suficientes, Prefeitura contrata vagas de UTI particulares

Neste ano já foram 11 casos, situação bem diferente do ano passado, quando não foi preso

Ricardo Campos Jr. | 20/03/2018 12:07

Todos os 102 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) adulto que existem na rede pública de saúde em Campo Grande estão ocupados atualmente. Somente este ano, a prefeitura já contratou 11 vagas em hospitais particulares para internar pacientes em estado grave enquanto ano passado não foi preciso adotar essa medida.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou ao Campo Grande News nesta terça-feira (20) que existem 140 pessoas na fila por um leito desse tipo.

Na Santa Casa, que dispõe da maior quantidade de leitos de UTI para o SUS atualmente no município, são 90 vagas entre neonatal, unidades coronarianas e nível III (de maior complexidade existente) segundo a assessoria de imprensa da unidade.

Somente na ala vermelha do pronto-socorro há quatro pacientes com ventilação mecânica esperando transferência.

O hospital afirma que tem buscado ampliar esse tipo de atendimento investindo no Hospital do Trauma, que terá mais 12 unidades intensivas para a rede pública, contudo “a escassez é um problema de toda a rede”, pondera em nota.

Já o Hospital Regional tem 38 leitos de CTI, dos quais 29 são para adultos e todos também estão ocupados. Segundo a Sesau, existem ainda, e também estão todos lotados, quatro leitos no Hospital de Câncer Alfredo Abrão.

HU tem 27 leitos de UTI sem previsão de ampliação (Foto: arquivo / Campo Grande News)
HU tem 27 leitos de UTI sem previsão de ampliação (Foto: arquivo / Campo Grande News)

Aprendizado – Já o Hospital Universitário tem 27 leitos de UTI, sendo 16 adultos, cinco pediátricos e seis neonatal. Todos estão ocupados e ainda existem oito pacientes na ala vermelha aguardando transferência.

Conforme a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), que administra a unidade, faltam recursos para ampliação e não existe nenhuma previsão no orçamento para isso. A superlotação tornou-se rotina, tanto de pessoas que moram na Capital quanto cidadãos do interior e até de outros países.

Em nota, a instituição afirma que “o HU foi criado com o objetivo de ser um hospital escola para residentes de medicina, enfermagem e outras áreas de saúde, mas a demanda é tão grande que ficamos atendendo urgência e emergência e temos dificuldade de focar no principal, que é a formação. Ou seja, o HU não tem previsão de criação de novos leitos porque o objetivo não é atender mais, mas atender bem e dar formação aos residentes”, completa.

E agora? - Conforme a Sesau, dos 140 pacientes à espera de vagas, vários aguardando pela transferência nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), 103 são da Capital e 37 do interior. O órgão afirma que a Central de Regulação busca alternativas para minimizar essa situação organizando o fluxo de encaminhamento.

A prefeitura considera atípica esse aumento exponencial na demanda e afirma que isso requer gestão clínica por parte dos hospitais, evitando internações prolongadas e sem resolutividade, o que impede a rotatividade dos leitos.

Já a longo prazo, a solução seria ampliar a oferta de leitos, mas a medida implica em ajustes na estrutura física dos hospitais, que por sua vez depende da disponibilidade financeira deles.

Hospital Regional tem 38 leitos de CTI, dos quais 29 são para adultos e todos também estão ocupados.(Foto: arquivo)
Hospital Regional tem 38 leitos de CTI, dos quais 29 são para adultos e todos também estão ocupados.(Foto: arquivo)
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