Senador boliviano chegou à Corumbá de carro com ajuda de diplomata
O senador boliviano Roger Pinto, 53 anos, considerado “criminoso” na Bolívia, chegou ao Brasil após uma viagem de 21h e meia de carro, e a primeira cidade brasileira a colocar os pés foi em Corumbá, no território sul-mato-grossense. De Corumbá, o senador seguir, no sábado (24) de avião até Brasília (DF).
Pinto chegou ao Estado com ajuda do encarregado de negócios do Brasil em La Paz, ministro Eduardo Saboia. Na linguagem de diplomatas, um ministro da área está no último estágio antes de se tornar embaixador.
A entrada do senador boliviano em território brasileiro e a conduta de Saboia estão sendo investigadas pelo Itamaraty, que ainda tem que lidar com a crise diplomática iniciada com a estadia de Pinto no país.
Saboia deverá ser foi hoje no Itamaraty. Ele acompanhou o senador nas 21 horas e meia de viagem de carro, passando pelo território boliviano até Corumbá e depois a Brasília. O diplomata organizou a saída dos dois veículos oficiais, com placas diplomáticas da embaixada em La Paz, garantindo a segurança do parlamentar boliviano.
Senador da oposição, Pinto estava asilado há mais de um ano na embaixada brasileira em La Paz. A chegada do senador boliviano ao país desencadeou uma crise diplomática entre os governos da Bolívia e do Brasil. La paz afirmou no domingo que o senador fugiu de seu país como um "criminoso" e que está ainda à espera de uma explicação oficial do Brasil sobre os detalhes do ocorrido.
Como resposta, o Ministério das Relações Exteriores informou não tinha conhecimentos da chegada do senador ao Brasil. Em nota, o órgão disse que vai abrir um inquérito para apurar o caso.
O senador veio para o Brasil salvaguardado pelo governo brasileiro, já que não possui o salvo-conduto da Bolívia (permissão necessária para deixar o país). A aposta de analistas é a de que a Bolívia prepara uma "resposta duríssima" para a saída de Pinto da embaixada, e que em La Paz se considera que houve uma "ruptura" da "confiança" entre ambos os governos.
Senador é acusado de corrupção - Pinto, acusado de diversos crimes de corrupção na Bolívia, refugiou-se na embaixada brasileira em La Paz em 28 de maio de 2012. Após dez dias de ser recebido na embaixada, o governo brasileiro concedeu ao senador o status de asilado político.
Em junho, o político foi condenado a um ano de prisão por um tribunal boliviano, que o declarou culpado de danos econômicos ao Estado calculados em cerca de US$ 1,7 milhão.