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Cidades

Sob risco de nova epidemia, morador não vê combate a dengue nos bairros

Viviane Oliveira | 30/10/2013 10:01
Débora  diz não ter visto a equipe do fumacê no bairro Noroeste. (Foto: Marcos Ermínio)
Débora diz não ter visto a equipe do fumacê no bairro Noroeste. (Foto: Marcos Ermínio)

Sob o risco de uma nova epidemia de dengue, desta vez do tipo 4, o combate a doença nos bairros de Campo Grande ainda é tímido. Moradores de vários bairros reclamam que não vêem a aplicação do fumacê nem as operações de limpeza. Outra preocupação é a sujeira nos terrenos baldios espalhados por todo lado da cidade, que com a falta de cuidado dos donos e vizinhos, ajuda na proliferação do mosquito.

Só neste ano foram registrados mais de 43 mil casos e 12 mortes, na Capital. Em todo Estado este número chega a 100 mil notificações, com 31 mortes. No bairro Guanandi, a dona de casa Ângela de Leon, 64 anos, diz que faz tempo que não vê o carro do fumacê passando na região. “Eles passaram no começo do ano, porém desde que começou a temporada de chuva, não vi mais a equipe fazendo os trabalhos de borrifação”, diz.

Moradora do mesmo bairro, Alice Rodrigues dos Anjos, 73, também relata que não tem visto o fumacê. “Peguei dengue há quatro anos e tenho medo de contrair a forma mais grave da doença”, reclama.

Longe do bairro Guanandi, do outro lado da cidade, no Jardim Noroeste, a dona de casa Débora de Jesus, 26, também diz não ter visto a equipe do fumacê na região. “Tenho a consciência que cada um tem que fazer a sua parte para evitar uma nova epidemia, mas aqui no bairro tem muita sujeira e terreno baldio, por isso, é necessária uma campanha maior”, destaca.

A Prefeitura anunciou no último dia 16, que as ações de combate à dengue com uso do fumacê foram intensificadas pelo CCZ (Centro de Controle de Zoonoses). Segundo o órgão, foram 20 veículos montados com bombas para borrifação e mais 95 novos agentes chamados para fazer os trabalhos nos bairros.

Basta dar uma volta na cidade para encontrar lixo em terrenos vazios. (Foto: Marcos Ermínio)
Basta dar uma volta na cidade para encontrar lixo em terrenos vazios. (Foto: Marcos Ermínio)

A média do último Lira (Levantamento do Indice Rápido do Aedes aegipti, concluído no mês de setembro deste ano, foi de 0,2%, sendo que três localidades apresentaram índices acima de 1%: os bairro Planalto e São Francisco (1,1%) e o distrito de Anhanduí (1,5%). O próximo Lira deverá ser divulgado em novembro.

Neste ano os indicadores apresentados no Plano de Contingência para avaliar o alerta ou emergência para a dengue são: sorologia positiva para dengue, presença do sorotipo e monitoramento dos tipos presentes 1,2 e 4, monitoramento dos exames, casos graves em época não prevista e aumento da infestação predial.

Em todo País a doença aparece com quatro sorotipos, o que representa 4 chances de uma mesma pessoa contrair a doença, por mais que o tipo três ainda não tenha sido encontrado neste ano em Mato Grosso do Sul.

A classificação não é de gravidade, mas respeita a ordem que os vírus foram descobertos. O avanço do tipo 4 da dengue é uma ameaça a saúde publica, pois poucas pessoas foram infectadas com este tipo da doença no Estado.

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