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Cidades

Vigia diz ter perdido R$ 20 mil e vai a local de ação para acompanhar PF

No total, serão cumpridos onze mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão temporária e quatro de condução coercitiva

Viviane Oliveira e Guilherme Henri | 21/11/2017 07:35
Policiais federais em um dos endereços alvo da operação, na Rua Doutor Arthur Jorge, Centro (Foto: Guilherme Henri)
Policiais federais em um dos endereços alvo da operação, na Rua Doutor Arthur Jorge, Centro (Foto: Guilherme Henri)

Vigia de 35 anos, que pediu para não ter o nome divulgado, garante que perdeu R$ 20 mil para quadrilha que aplicava golpe na cidade, alvo de operação da Polícia Federal e Receita Federal, na manhã desta terça-feira (21), em Campo Grande. Um dos alvos é a empresa Company Consultoria Empresarial, que fica na Rua Doutor Arthur Jorge, no Centro.

A vítima ficou sabendo da ação pelos jornais e foi até o local acompanhar os trabalhos dos policiais. Ele afirma que investe há três anos em títulos de extração de metais preciosos. “Já investi cerca de R$ 20 mil. A gente firma contrato com a empresa. A promessa é de lucro, mas sem data definida”, lamenta o vigia, que observava de longe.

Mais pessoas que se dizem vítimas da quadrilha estão chegando ao local. Um pintor de 49 anos também afirma que investiu R$ 1 mil há 1 ano com promessa de receber lucro até dia 22 deste mês. Nesse período, o trabalhador nunca viu a cor do dinheiro.

Bolsa cheia de dinheiro foi encontrada em um dos endereços alvo da operação  (Foto: divulgação/PF)
Bolsa cheia de dinheiro foi encontrada em um dos endereços alvo da operação (Foto: divulgação/PF)
Pintor de 49 anos também acompanhava os trabalhos dos policiais. Ele foi uma das vítimas da quadrilha  (Foto: Guilherme Henri)
Pintor de 49 anos também acompanhava os trabalhos dos policiais. Ele foi uma das vítimas da quadrilha (Foto: Guilherme Henri)

Operação - No total, serão cumpridos 19 mandados, sendo onze de busca e apreensão, quatro de prisão temporária e quatro de condução coercitiva, nas cidades de Campo Grande, Terenos, Goiânia (GO) e Brasília (DF).

A Polícia Federal junto com a Receita Federal deflagraram nesta manhã a operação Ouro de Ofir para desarticular organização criminosa que atua como instituição financeira clandestina aplicando golpes para induzir vítima a investir quantias em dinheiro, com a promessa de obter altos lucros financeiros.

O esquema era baseado na existência de uma suposta mina de ouro que foi explorada há muito tempo e os valores vindos das comissões para a revenda estariam sendo repatriados e cedidos, vendidos ou até mesmo doados a terceiros, mediante pagamentos.

Estima-se que milhares de vítimas tenham sido convencidos a investir em projeto cujos contratos não possuem garantia ou objeto jurídico - os nomes eram Operação Sap e Aumetal. Os investidores eram induzidos a depositar quantias para ter uma lucratividade de mais de 1.000%. Também eram falsificados documentos de instituições públicas federais na tentativa de oferecer credibilidade ao que era repassado às vítimas.

O nome Ouro de Ofir faz alusão a uma cidade mitológica, que produzia ouro de maior qualidade e beleza. Detalhe é que a cidade nunca foi localizada e muito menos o metal precioso.

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