Brechós: uma alternativa barata e sustentável para se vestir bem
No início do século 19, um alfaiate português, de nome Belchior, abriu no Rio de Janeiro a primeira loja no país para comprar e vender produtos usados. Mas até hoje muita gente ainda torce o nariz. Diz que não gosta de brechó porque roupa tem energia, ou tem preconceito porque acha que vai encontrar peças velhas, com cheiro de naftalina e mal cuidadas, mas essa impressão - ainda bem - vem mudando. As lojas de segunda mão passaram por grandes mudanças nos últimos anos, com espaços organizados e planejados, em áreas nobres, com boa apresentação do acervo e investimento na higienização das roupas e acessórios. Estes são alguns dos fatores que contribuíram para diminuir a resistência da sociedade em relação a este tipo de consumo.
Outro ponto a ser levantado é a consciência cada vez maior do impacto ambiental e social da indústria de vestuário. Os millennials (nascidos entre 1980 e 1996) e a geração Z (pós-1997) já correspondem a 46% da população global, e essa fatia expressiva de consumidores acredita que as empresas precisam lidar com esse impacto negativo no planeta, e não teriam problemas em deixar de comprar de uma marca que não se comprometesse com suas ideias. Afinal, sabe-se que a indústria da moda é responsável por cerca de 10% das emissões globais de carbono, e quase 20% do consumo de água.
O resultado disso tem sido visto nos números. Em 2019, as vendas de produtos usados cresceram 25 vezes mais rápido do que o setor varejista como um todo. De acordo com estimativa feita pela ThredUp, empresa americana de capital aberto, com foco em vendas de usados, o dinheiro movimentado pelo setor saltará de US$ 28 bilhões atuais para US$ 64 bilhões em 2028. Segundo o Sebrae, a abertura de estabelecimentos que comercializam produtos de segunda mão teve um crescimento de 48,58%, entre os primeiros semestres de 2020 e 2021.
Entre os principais benefícios de garimpar peças nos brechós, estão:
1. Preços bem abaixo do que os encontrados nas lojas convencionais, pelo fato de serem peças usadas (mas muitas vezes encontramos peças com etiqueta nos brechós). Muitas vezes, encontramos peças de grifes renomadas por 1/10 do valor original;
2. As peças são exclusivas, porque dificilmente haverá em outros tamanhos e cores por aí;
3. Encontre peças modernas e peças vintage, e suas produções ficarão muito mais elaboradas e estilosas;
4. Preocupação social e ambiental. Não existe peça mais sustentável do que aquela que já existe.
Percebe como os brechós são uma ótima opção de compra para toda a família?
(*) Larissa Almeida é formada em Comunicação Social pela UFMS e pós-graduada em Influência Digital pela PUC-RS. Trabalhou durante 14 anos na área de comunicação e imagem em importantes instituições como Caixa Econômica Federal, Prefeitura de Campo Grande, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Senado Federal, além de ter coordenado a comunicação da Sanesul. Consultora de imagem formada pelo RML Academy e Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Especialista em Dress Code e comportamento profissional por Cláudia Matarazzo e RMJ Treinamento e Desenvolvimento Empresarial.