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O dress code pode ser um aliado no seu dia a dia

Códigos de vestimenta devem ser vistos como direcionadores para as escolhas nos eventos sociais e no trabalho

Larissa Almeida (*) | 19/07/2022 07:46

O mundo está se flexibilizando e se informalizando. Isso é um fato. A realidade está em constante transformação e se adaptando frente as inovações. Isso faz parte da evolução, e o dress code, em tradução literal, código de vestimenta, também está sofrendo alterações ao longo dos anos. Se antes era tudo mais engessado, hoje já se entende a importância de imprimirmos nossa personalidade e estilo na vestimenta, mesmo nos ambientes mais formais.

Mesmo que algumas pessoas torçam o nariz e queiram seguir suas próprias “regras”, os códigos de vestimenta existem e estão vigentes desde que os seres humanos começaram a se cobrir com folhas vegetais e peles de animais na pré-história, com objetivo de proteção contra agressões externas e o frio, por conta do pudor (“Abriram-se os olhos de ambos; e percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira, e fizeram cintas para si”, Gênesis, Capítulo 3, Versículo 7) e também com caráter de adorno.

Sob o ponto de vista do adorno, foi a maneira que o ser humano encontrou de se impor aos demais, inclusive mostrar bravura ao pendurar no pescoço dentes e garras dos animais que caçava. Desde a pré-história e antiguidade oriental, a vestimenta já era usada como favor de diferenciação social, principalmente pelos tecidos usados: as túnicas de linho ou lã dos mais ricos (que usavam inclusive seda) tinham mais qualidade técnica na fiação, e as dos mais pobres eram fiados em suas próprias casas. Sem falar nos acessórios como joias, coroas e etc.

Ainda bem que estamos vivendo em tempos mais acessíveis e dinâmicos, mas não podemos nos esquecer que as nossas roupas transmitem mensagens e informações sobre quem somos e o que fazemos. Além disso, para as empresas adotam uniformes e códigos de vestimenta como forma de identificar os funcionários e refletir a imagem, as cores, a identidade e os valores da instituição. As profissões também têm códigos visuais com o objetivo de distinguir e identificar os pares. Médicos usam jalecos, advogados usam paletó e gravata. Isso dá segurança também para quem contrata estes serviços, gera identificação.

Por isso, quando me perguntam se o dress code está com os dias contados, eu respondo com segurança que não. Hoje não é mais usado para distinguir classes sociais, mas é um facilitador na vida profissional e nos eventos sociais.

Dia desses li essa frase “vista-se bem e falarão da sua personalidade, vista-se mal e só notarão isso” e, para o bem ou para o mal, esta é a realidade. Se uma profissional vai trabalhar de roupa curta e decotada, a vestimenta será mais notada do que a competência. Para os homens o mesmo ocorre. Um advogado de camiseta desgastada terá sua competência e profissionalismo colocada em xeque.

O dress code deve ser visto hoje como um facilitador e direcionador para as escolhas das vestimentas no dia a dia, nos eventos sociais e no trabalho. Quando recebemos um convite para um casamento e não vem indicação de traje, ficamos perdidos. Quando começamos a trabalhar em uma empresa, que não exige uniforme, a dúvida sobre como se vestir também está presente.

Ser diferente é ótimo, principalmente falando sobre ideias e personalidade, mas experimente ser a única pessoa vestida de terno onde todos estão de jeans? Ou todos usando vestido longo em uma festa e você de saia curta? O sentimento de constrangimento vem, mesmo na mais segura das pessoas. A não ser que o objetivo seja justamente chamar atenção mais do que todos. Lembre-se que a sua vestimenta tem o poder de falar por você mesmo que não diga uma palavra, e também é um fator de identificação, e pode criar distanciamento ou proximidade. E o ser humano é um ser social e vive em comunidade.

(*) Larissa Almeida é formada em Comunicação Social pela UFMS e pós-graduada em Influência Digital pela PUC-RS. Trabalhou durante 14 anos na área de comunicação e imagem em importantes instituições como Caixa Econômica Federal, Prefeitura de Campo Grande, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Senado Federal, além de ter coordenado a comunicação da Sanesul. Consultora de imagem formada pelo RML Academy e Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Especialista em Dress Code e comportamento profissional por Cláudia Matarazzo e RMJ Treinamento e Desenvolvimento Empresarial. Siga-me no Instagram @vistavoce_.

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