O som da sua voz pode influenciar na sua carreira
90% dos profissionais reconhecem a influência da voz para a imagem que temos uns dos outros em uma empresa
A voz é um componente importantíssimo na construção da imagem pessoal. Além de falarmos com clareza e objetividade, e escolher as palavras corretamente, é preciso usar o tom de voz e a velocidade adequados para que a pessoa com quem se está conversando interprete a sua mensagem corretamente. E isso vale não só para o ambiente profissional, mas também para as relações interpessoais.
Dia desses, meu filho me perguntou se eu estava animada para ir ao cinema com ele. Eu estava distraída dirigindo e respondi com um monótono “estou sim”. Em seguida, ele me respondeu. “Não está não, mamãe. Se você estivesse, teria falado assim ESTOU SIM”, disse ele, falando de um jeito muito animado. Lorenzo, meu filho, tem apenas 5 anos.
A voz diz muito a respeito da imagem que transmitimos para as pessoas. É por meio dela que conseguimos identificar as emoções, o estado de espírito e outros aspectos psicológicos associados à troca de mensagens verbais entre as pessoas.
Nos treinamentos que realizo nas empresas, enfatizo muito a importância do tom de voz principalmente no atendimento aos clientes, tanto por telefone quanto presencial. A diferença na percepção positiva ou negativa dos clientes é enorme.
Pesquisa feita pelo CPDEC (Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Educação Continuada), com 400 executivos de empresas brasileiras de grande porte, concluiu que 90% dos profissionais reconhecem a influência positiva ou negativa da voz para a imagem que fazemos uns dos outros no ambiente corporativo. Dependendo das características da sua voz, você pode ser percebido como lento, mais ou menos sociável, inteligente, competente ou até pronto para uma posição de liderança.
Para 58,7% dos entrevistados na pesquisa, as características vocais de um profissional refletem sua personalidade. Vozes vibrantes, por exemplo, são associadas à capacidade de persuasão do indivíduo, as graves são relacionadas ao autoritarismo e, as agudas, à fragilidade.
De acordo com 74,40% dos entrevistados, o tipo de voz que mais incomoda é a estridente, seguido pela aguda (45,70%).
Outro estudo, realizado pela escola de negócios da Duke University, e que analisou o timbre de voz de 729 presidentes de empresas, concluiu que profissionais que trabalham com a voz e sabem usá-la e projetá-la, acabam dominando a situação e os ambientes. Os executivos com vozes mais graves têm salários mais altos e maior estabilidade no cargo.
As duas pesquisas concluíram também que a maioria das pessoas está insatisfeita com sua voz. Algumas características vocais são determinadas pela genética e não podem ser mudadas de forma permanente, mas existem exercícios feitos por fonoaudiólogos que trabalham respiração, postura e intensidade, por exemplo, e que podem ajudar a diminuir aspereza, a rouquidão e o tremor da voz. Também é importante beber muita água para hidratar as cordas vocais.
(*) Larissa Almeida é formada em Comunicação Social pela UFMS e pós-graduada em Influência Digital pela PUC-RS. Trabalhou durante 14 anos na área de comunicação e imagem em importantes instituições como Caixa Econômica Federal, Prefeitura de Campo Grande, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Senado Federal, além de ter coordenado a comunicação da Sanesul. Consultora de imagem formada pelo RML Academy e Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Especialista em Dress Code e comportamento profissional por Cláudia Matarazzo e RMJ Treinamento e Desenvolvimento Empresarial.
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