A Arca de Noé das Plantas comemora dez anos
Há quase duas décadas a geneticista Cary Fowler, e um grupo de agricultores, teve uma ideia para salvar a humanidade. Se corrermos diariamente o risco de tsunamis, terremotos, furacões e guerras e, ainda, do quase desaparecimento da espécie humana, a melhor alternativa seria guardar, em um lugar seguro, sementes de plantas comestíveis. Uma cópia de segurança. O lugar deveria ser distante de qualquer população e frio, muito frio. O lugar escolhido pela ONU foi Svalbard, entre o Círculo Polar Ártico e a Noruega. Um lugar onde as raríssimas pessoas que têm acesso levam armas de fogo para se proteger da grande quantidade de ursos. Ao mesmo tempo é o lugar do mundo onde há menos riscos de atividades sísmicas.
A Arca de Noé das Plantas acaba de comemorar dez anos. Nesse período quase encheu um de seus três armazéns. Conta com mais de um milhão de tipos de sementes de mais de 200 países. Esse gigantesco armazém de sementes foi construído em uma montanha gelada. O "permafrost" - tipo de gelo que nunca sai de 4 a 5 graus negativos - é tido como o de maior durabilidade no mundo. Dentro das câmaras, as sementes são guardadas a 18 graus negativos, mas em caso de falha técnica, permanecerão congeladas, ainda que não na temperatura ideal, mas sobreviverão em boas condições. Asmund Asdal e Roland von Bothmer são dois dos poucos cientistas que têm acesso à Arca. Ainda com o passe livre, são entram nesse lugar ultra-seguro uma ou duas vezes por ano. Quando entram, usam vestimentas térmicas especiais. A descida é feita por um túnel de concreto de 100 metros de comprimento até uma porta de aço. Esse túnel é apenas a antecâmara. O visitante ainda terá de passar por um longo corredor horizontal para chegar à segunda porta de aço, que só é aberta ao fechar-se a primeira. A Arca é como um gigantesco freezer.
As sementes que chegam são secas - só restam 5% de componentes líquidos - e embaladas a vácuo em pacotes de alumínio. Depois são acondicionadas em caixas escuras, etiquetadas e guardadas em prateleiras. Alguns países contam com seus próprios bancos de sementes. A Arca é uma espécie de backup de sementes. O Brasil conserva tão somente 1,3% de sua diversidade vegetal em bancos de sementes.
Como as aves nunca perdem o rumo? A ciência encontrou a explicação.
Há séculos o homem percebeu que as aves nunca perdem o rumo. São capazes de fazer viagens gigantescas de 25.000 quilômetros e retornar no ponto exato de partida. A primeira explicação para esse fenômeno genial veio com a comprovação de que elas são capazes de "ler" o campo magnético da Terra. Mas, até agora, ninguém sabia ao certo como se dava essa leitura.
Cientistas da Universidade de Lund, na Suécia, conseguiram explicar esse poder de observação das aves. Usaram um grupo de mandarins - aves australianas - como cobaias e descobriram que existem receptores no corpo das aves que lhes permitem ver, literalmente, o campo magnético. Eles são denominados Cry4, uma proteína criptocromática, capaz de ver cores em um determinado espectro, que se encontram nos olhos das aves. Esse novo conhecimento abre a possibilidade de encontrar a Cry4 em outras espécies, bem como de produzí-la em laboratório para uso de humanos. Pena que não esteja à venda nas farmácias brasileiras...
Infoxicação. O sexo jovem na era do pornô no celular.
Os jovens, a cada dia, diminuem a idade de iniciação sexual. As mulheres estão tendo - em média - primeira relação aos 16 anos. Suas mães - mulheres que hoje contam com 45 a 49 anos - tiveram a iniciação aos 19 anos. Esses jovens não sabem de tudo, pelo contrário, querem que lhes falem, que lhes deem mais informações práticas. Têm acesso ilimitado a imagens sexuais explícitas em seus celulares, um universo de clips de pornô. Paradóxicamente, não conhecem noções básicas. A educação sexual nas escolas e com os país é altamente ineficiente.
Eles estão eivados de "infoxicação", há muita informação, mas intoxicada. Desinforma mais que informa. Sempre existiu pornografia, mas não é a mesma coisa comprar uma revista de vez em quando, como antes sucedia, que ter acesso livre a qualquer momento. As meninas acreditam que a depilação total é o natural porque é aquilo que assistem nos vídeos pornôs. O pornô também provocou o início prematuro de muitas práticas sexuais como o sexo anal. Ou ainda mais preocupante, as jovenzinhas estão procurando por cirurgia estética genital quando ainda nem completaram os 18 anos. Na Inglaterra, o crescimento dessas cirurgias fez o governo publicar um guia com desenhos sobre as distintas formas que pode ter uma vulva. Centenas de meninas queriam mudar a forma ou o tamanho dos lábios maiores ou menores. Muitas delas tinham menos de 15 anos. A depilação integral, impulsionada pelo pornô, provoca que cada menina se fixe em cada centímetro de sua anatomia e que algumas tenham complexo desde o início das relações.
É fundamental que expliquem o que é pornografia. Não podemos continuar com esse avanço. Não podemos agir como avestruzes frente a um perigo - fingir que não o vemos. Essa pauta deve ser abordada e desmontada. Mostrar aos jovens que esses vídeos pornôs não passam de um teatrinho. Que o corpo da mulher têm de ser preparado. Que nem todo sexo é coital. Os estereótipos estão ganhando terreno sem que lhes seja oferecido combate. Caminham livremente. Teremos, logo mais, uma geração de complexados?