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Em Pauta

A estranha moda de comer insetos

Mário Sérgio Lorenzetto | 27/04/2018 09:17
A estranha moda de comer insetos
A estranha moda de comer insetos

A moda de comer insetos abriu as portas da Europa. Esse estranho alimento para europeus e os povos que por eles foram dominados culturalmente, não é novidade alguma para povos da América, Ásia e África. Apenas um exemplo desse costume: nossos povos indígenas também alimentavam-se do traseiro das saúvas.
O crescimento dessa moda levou o Carrefour europeu a vender alimentos enlatados à partir de grilos e de vermes. Também aparecem em algumas sanduicherias, hamburgues de larvas e grilos misturados com cebola. Mas a moda que mais vende é a de escorpiões no chocolate. Topa?
Eles ainda geram asco em muitas pessoas, que os relacionam com a sujeira e enfermidades. Mas há outras reações radicais, aqueles que querem comê-los imediatamente. A marca mais famosa de insetos é a "Khao Thai", especializada em vender insetos recobertos por chocolate.
Os holandeses, primeiros a propagandear na Europa a alimentação baseada em insetos, apresentam algumas ponderações em favor dessas "iguarias": apresentariam menor risco de contágio que os animais que domesticamos e que são criados em granjas e demais ambientes onde não se movem; o segundo argumento é de ordem ecológica, enquanto as vacas são responsáveis por 14,5% dos gases de efeito estufa, os insetos não poluem o ambiente; o mais forte argumento vem da quantidade de alimentos que temos de destinar para as vacas, galinhas e porcos quando comparados com a criação de insetos - um quilo de bife de vaca exige 25 quilos de alimentos, um quilo de grilo exige tão somente dois quilos de alimentos. Tudo lindo e maravilhoso no mundo dessa moda, mas a questão é: conseguiremos ultrapassar o umbral do asco?

A estranha moda de comer insetos

Porque tememos os tubarões e convivemos com os mosquitos?

A simples visão de um tubarão gera pavor. Olhamos para os mosquitos como se eles fizessem parte da parede de nossos lares. Esse é um dos maiores equívocos que a humanidade vem cometendo ao longo dos séculos. Acreditem, os mosquitos matam mais pessoas em um dia do que os tubarões matam em um século. Esse é um dado que deveria estarrecer a todos...e tirar-nos da zona de conforto em que nos metemos quanto ao combate aos pernilongos. Até quem nunca viu o mar, aterriza-se com a visão cinematográfica do tubarão. Esse é um instinto primitivo.
Sabemos que temos 50.000 vezes mais chaces de morrer por causa dos mosquitos em comparação com a mordida de um tubarão. O instinto humano ganha da razão. Uma foto de uma vítima de ataque de tubarão no noticiário noturno provoca uma reação visceral, porque a ameaça é óbvia. A imagem da vítima de dengue em uma sala de hospital não dispara nosso instinto de medo da mesma maneira. O dado final: entre 1916 e 2016 1.035 pessoas faleceram devido a ataque de tubarão; nesse século, 1.470 pessoas faleceram por dia no mundo vitimadas por ataques de mosquitos.

A estranha moda de comer insetos

As vacinas não só evitam mortes, salvam da pobreza.

Para a maioria das pessoas não deveria ser necessário optar entre uma enfermidade potencialmente mortal e uma dívida para toda a vida. Todavia, centenas de milhões de pessoas em todo o mundo se veem obrigadas a enfrentar esse dilema devido aos custos proibitivos dos tratamentos de saúde. E, paradoxalmente, os mais atingidos não são os povos que pagam mais pelos tratamentos, e sim quem vive nas regiões mais pobres. É óbvio que essa realidade decorre da falta de organização dos governantes para cuidar da saúde de seu povo, bem como dos altos custos dos planos de saúde. Isso arrasta milhões de famílias para a pobreza frequentemente
Em muitos casos seria possível evitar completamente essa tragédia que recai sobre os mais vulneráveis. Um novo estudo publicado, em fevereiro deste ano, na revista Health Affairs sugere outra opção: os custos médicos podem ser prevenidos através do uso de vacinas baratas e de amplo acesso. Diz com toda a clareza que a função número um dos sistemas de saúde governamentais é o de vacinar a todos. Custe o que custar.
O estudo apresenta números. Diz que entre 2016 e 2030, se todos fossem vacinados, poderiam prevenir 36 milhões de mortes. Mas esse estudo encontrou algo novo: durante esse mesmo período, a vacinação total também evitará que 24 milhões de pessoas caiam na pobreza devido ao custo dos tratamentos médicos. A sugestão é bem clara: a vacinação deveria ser obrigatória no mundo. É possível? Os defensores de direitos humanos dirão que essa obrigatoriedade atenta contra as liberdades individuais....

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