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Em Pauta

A indústria da carne de vegetais avança, a de laboratório empaca

Mário Sérgio Lorenzetto | 07/02/2022 07:00
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

No início da revolução industrial, as fábricas movidas a vapor sofreram greves, invasões que quebraram máquinas e lutas corporais que redundaram em mortes. Os patrões e funcionários das empresas que sempre produziram tecidos manuais, artesanais, foram inimigos mortais daqueles que começavam a usar máquinas a vapor para fabricar os mesmos tecidos. Em vão, a disputa entre o campo conservador e o inovador estava fadada à descomunal vitória dos inovadores. Os artesãos dos tecidos ainda sobrevivem... apenas sobrevivem, são residuais. Essa é a mesma luta que a indústria da carne vem travando nos dias atuais. De um lado, pecuaristas e indústrias que matam animais, defendem seus "valores". Na outra trincheira, aqueles que criam carnes à partir de vegetais e os que trabalham por uma carne futurista de laboratório. Como está essa disputa?


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A carne vegetal avança surpreendentemente.

Tida como uma carne de transição, entre a carne proveniente do abate de animais e a de laboratório, a carne produzida à partir de grão de bico, beterraba, soja e outros vegetais, está encontrando grande facilidade de mercado. Surpreende saber que já há mais de 100 indústrias devotadas a esse tipo de carne, especialmente na Alemanha, Espanha, EUA, Israel e França. Também no Brasil, terra dos comilões de carne bovina, já há indústrias que conquistaram um ainda pequeno campo nos supermercados e em restaurantes. Surpreende saber que essa disputa começou a meros cinco anos. A perspectiva da carne de vegetais é de conquistar entre 20% e 25% do mercado de carnes nos próximos cinco anos. Em 2020, foram investidos US$ 2.200 bilhões nessa alternativa cárnica. Esse deveria, isoladamente, ser um número para assustar nossas indústrias e produtores de carne tradicionais, mas parece que preferem se comportar como os produtores artesanais de tecidos durante a revolução industrial.


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Empacou, a carne de laboratório sofre para produzir biodigestores.

Quem conseguiu melhores resultados com a carne de laboratório foi Israel. A companhia "Redefine Meat", conseguiu bifes completos, que conseguem recriar a textura e o sabor , com impressoras 3D em que a matéria prima é a soja, o azeite de coco, a beterraba e o grão de bico. Esses bifes já estão sendo vendidos para restaurantes e supermercados europeus. Há dezenas de outras indústrias tentando produzir essa carne, mas encontram dificuldades na lenta produção e nos preços dos biodigestores. Está empacada. Mas é a alternativa que mais investimentos vem recendo. Todos de empresas como Google, Microsoft e as gigantes do Vale do Silício. O novo conceito é que produzirão uma carne hightech. Essa é sua marca distintiva. Já estão apresentando essa carne nas maiores feiras de produtos eletrônicos, como se fosse um computador ou um celular.


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A última invenção é a carne de fermentação.

Começa a aparecer a carne feita com o mesmo processo da cerveja: a fermentação. Utilizam micróbios que transformam resíduos da agricultura em carne. Ainda que seja inicial, espanta saber que já investiram US$ 500 milhões nessa novidade. Quem está à frente dessa alternativa é a indústria de massas italiana Barilla. Anteriormente, entregava os resíduos da produção de massas para porcos ou vacas. Começaram a colocar bactérias especiais nesses resíduos que os converte em proteínas de uma forma muito eficiente, consumindo menos 98% água e reduzindo em 85% a emissão de gases de efeito estufa.

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