A Petrobras retorna ao centro do debate eleitoral
Há pouco, em pleno massacre de Lula, devido às denúncias do Mensalão, foi a Petrobras a válvula de escape do petismo para vencer as eleições. Prometeram um país rico, onde a população humilde poderia comprar tudo, usufruindo das riquezas dessa empresa. O povo não passa nem nas portas da Petrobras. Em suas entranhas, o petismo urdia a permanência no poder. Com Bolsonaro, sob a maléfica influência de Guedes, a Petrobras está virando a tumba definitiva da reeleição.
Não adianta discursar, ninguém suporta 24% de aumento da gasolina.
Ainda que o governo tenha um discurso pronto e tente se desvencilhar do aumento de 24% no preço da gasolina, não adianta. É o presidente que arca com o ônus político. Ele alega que nada tem a ver com esse aumento, mas o eleitor comum não compra essa conversa. Se piorou no bolso, o culpado é o governo. Sempre foi assim. Podem tentar culpar os governadores, por causa do ICMS, mas o impacto maior está caindo na cabeça de Bolsonaro. E isso ocorre na hora em que ele vinha reduzindo a rejeição, com perspectivas de melhorar a aprovação.
Lula e Moro no ataque.
A mensagem de Lula para a Petrobras está pronta. Ele sempre remete para o que chama de "autossuficiência" na produção e no refino. Mais importante, Lula evoca o controle de preços da Petrobras. Todavia, o óleo da Petrobras tem um gosto mais amargo para Lula do que para qualquer outra pessoa: lembra as ações, as centenas de ações, que tramitaram e ainda tramitam no judiciário. E quando se trata de judiciário, ressurge a figura quase apagada de Sérgio Moro. O ex-juiz tenta se posicionar como o caçador de corruptos que nadaram nos óleos da Petrobras. Em vão. Os três falam, falam, sem responder o que importa: quando teremos combustíveis a um ou dois reais por litro?