A solidão indesejada encurta a vida
Há lugares no Brasil onde as culturas são mais gregárias - as pessoas se reúnem mais e se tocam. Outras, todavia, mantém distancias sociais. Há necessidade de políticas públicas que tratem da solidão. Porque há muitas diferenças nas possibilidades de interação e também há formas tóxicas de conexão social. Não é simples de definir. Algumas pessoas podem sentir-se solitárias, mas estar felizes com essa condição. Mas a solidão não desejada, que tem matiz patológico, encurta a vida, influi negativamente nas enfermidades cardiovasculares, na depressão e na demência.
Ministério da Solidão.
A solidão, especialmente de idosos, é tratada na Grã Bretanha e no Japão com a seriedade que merece. Estudando esse fenômeno, criaram o Ministério da Solidão, um órgão que cuida para que as pessoas tenham uma melhor saúde.
Neurose da solidão? A história da despatolização da homossexualidade.
Há um mal uso dos termos de diagnósticos. Na psiquiatria atual a palavra “neurose” não existe. Muito menos a neurose decorrente da velhice. Foi uma categoria diagnóstica importante em outro sistema de classificação, mas já não existe. O uso de rótulos diagnósticos vão mudando. Um exemplo clássico: depois de que o sistema de diagnóstico norte-americano despatolizou a homossexualidade, que antes era classificada como enfermidade mental, quase todos os países seguiram essa novidade. Contam que alguns dos maiores psiquiatras dos EUA estavam reunidos em S.Francisco - eram membros da Associação Psiquiátrica de seu país - e fora do hotel onde estavam, ocorria uma manifestação gay e aí decidiram despatolizá-la. Ou seja, a reação dos especialistas e dos governos tem muito a ver com considerações sociais. O problema da solidão não vem sendo convenientemente tratado em nossos país. Não há sequer debates sobre essa pauta. Mas, não se pode negar: a solidão mata.
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