As máquinas estão ficando com os empregos
Em poucos anos esta coluna estará sendo escrita por um robô. Aliás, quase todo o jornalismo será lavrado pelas máquinas. Já está acontecendo. A Quarta Revolução Industrial está em andamento. Já existe supermercado em Campo Grande com caixas de pagamento self-service. Saíram os humanos, entraram as máquinas, e ninguém se deu conta da enorme transformação ocorrida.
Em São Paulo alguns restaurantes trocaram os garçons por tablets com touchscreen para fazer os pedidos das refeições e bebidas. A Eatsa, uma empresa de São Francisco (EUA), demitiu todos os funcionários e os trocou por robôs que produzem hambúrgueres. Alguns carros autônomos já estão nas ruas trabalhando 24 horas por dia e 7 dias por semana. A Foxconn, a maior fabricante de componentes eletrônicos e de computadores do mundo, demitiu 60.000 trabalhadores - substitui-os por robôs.
Vale a pena lutar contra os robôs? Acredito que não há como lutar pelos empregos, temos apenas de nos adaptarmos ao progresso. Há alguns anos, a IBM prognosticou: "os computadores só podem fazer aquilo para que foram programados". A IBM errou. Os computadores agora aprendem sozinhos. Já não precisam ser programados passo a passo. E nada no mundo é mais importante que essa aprendizagem. Infelizmente, o Brasil está perdido, imerso em ódios de toda natureza, e não está acompanhando essa profunda mudança. A auto-aprendizagem das máquinas acelerará e nos deixará em um passado muito distante. Assistiremos, da plateia, muitos mais avanços espetaculares nos próximos anos.
Creio que não podemos fugir. Temos de nos adaptar e prosperar. Em 20 a 30 anos, a maior de nós não precisará trabalhar. Essa mudança poderá ser boa. Os robôs farão quase tudo por nós. Mas teremos uma nova realidade econômica. A economia mundial não poderá entrar em colapso. Tudo indica que seguiremos a experiência da Suíça, aprovada em junho passado. A Suíça aprovou um rendimento básico para todos. Em troca de nada. O suíço não precisa trabalhar para receber um rendimento. Tudo indica que o mundo das trocas de trabalho por dinheiro está desaparecendo.
Mas ainda preemos de consumidores para comprar os bens produzidos. Se quisermos que o capitalismo continue, teremos de encontrar uma forma de colocar dinheiro nas mãos das pessoas. Se não houver empregos, precisaremos de outro mecanismo como os rendimentos básicos.
Tudo indica que acabou o tempo em que procurávamos sentido na vida na mesma fonte de onde vinham os rendimentos. Já fazemos muitas coisas para as quais não somos pagos.
Passamos tempo com a família, trabalhamos com a comunidade ou como voluntários. Essa lista de afazeres, com sentido, sem remuneração, crescerá. Começaremos pequenos negócios para ganhar dinheiro extra. Trabalharemos naquilo que nos apaixona em part-time. Voltaremos à escola. Nada, absolutamente nada, indica que o futuro criado nas telas do cinema com o "Exterminador do futuro", ocorrerá. Não haverá um apocalipse onde as máquinas não só roubavam todos os empregos dos humanos como ainda os escravizavam.
Como eliminar a "música-chiclete", aquela que não sai da cabeça?
Se você está entre os 92% da população que experimentam a dificuldade de esquecer trechos de musicas que surgem sem convite e "grudam" em nossa cabeça, talvez queira saber como resolver esse problema. O fenômeno recebe o curioso nome de "earworms" (vermes de ouvido) e é considerado uma forma benigna de ruminação - pensamentos repetitivos e intrusivos associados com depressão e ansiedade.
Em regra, ela não é nossa preferida, mas, ainda assim, "gruda" no nosso cérebro. 15% dizem que essas situações são perturbadoras e 33% afirmam que são desagradáveis. Apesar disso, muitos músicos continuam tentando criar os chicletes da mente.
Um estudo da Universidade de Reading, na Inglaterra, aponta uma estratégia simples e eficiente: mascar chiclete. Também vale recorrer as táticas como entoar um mantra, recitar um poema, ouvir um som diferente ou até mesmo tocar um instrumento. Essas ações ativam o componente da memória de trabalho envolvido no pensamento obsessivo.
O fundador de Nova Andradina segundo Serra.
"Não tinha estatura política nem intelectual, embora fosse um bom frasista". A memória de José Serra trata a história de Auro de Moura Andrade como um político oportunista. Em seu livro "Cinquenta Anos Esta Noite", Serra, presidente da UNE (para quem não se lembra, UNE era a União Nacional dos Estudantes), opositor ao golpe de 1964, recorda do comício que deflagrou a marcha da Família com Deus pela Liberdade, importante e decisivo evento de massa que alicerçou o golpe militar: "Assim ecoou na Praça da Sé a voz cavernosa do presidente do Senado e do Congresso, o paulista Auro de Moura Andrade, prócer do PSD de Juscelino, partido que sentindo a mudança de vento, desembarcava da nau governista [de Jango Goulart]. Ele era um fenômeno, como dizia Ulysses Guimarães...
O pai de Auro era o maior pecuarista do Brasil - o chamado Rei do Gado - e fundador da cidade de Andradina (SP), assim batizada em homenagem a ele".
O filho do Rei do Gado, Auro de Moura Andrade, fundaria a cidade de Nova Andradina (MS), nome que homenagearia a si próprio. Serra continua a discorrer sobre Andrade: "Como presidente do Congresso, Auro deu um golpe nos janistas e na própria legalidade ao aceitar a renúncia de Jânio sem submetê-la ao plenário - vinte minutos depois da chegada da carta do presidente". Nesse episódio um parlamentar chegou a atirar um microfone em Auro Andrade e outro tentou arrancar-lhe das mãos a carta de renúncia de Jânio Quadros.
Era o golpe dado no golpista. Um país que se alimentava de golpes e contra golpes. Mas Auro Andrade continuaria suas atividades golpistas. Serra ainda descreve: "...duas semanas depois do discurso da Sé, assessorado pelos bacharéis da UDN, não sem um sopro de vingança, declarar a Presidência da República vaga, estando Jango [Goulart] ainda em território nacional. Em seguida, foi a pé do Palácio do Planalto para dar posse a Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara, na Presidência da República".
O picolé do garoto virou pó.
Em 1905, Frank Epperson tinha 11 anos quando morava em São Francisco (EUA). Em uma noite muita fria, esqueceu um copo de suco de frutas com uma colher no quintal de sua casa. Ao acordar, percebeu que o suco havia congelado e estava preso na colher, criando uma espécie de gelo com sabor de fruta. Sete anos depois, Epperson apresentou uma receita semelhante àquela de seus onze anos. A fórmula fez sucesso. Tanto sucesso o levou a patentear a ideia com o nome de "eppsicle" (de Epp's Icicle, algo como "gelinho do Epperson"). Em 1925, a patente foi vendida para uma empresa de N.York. Nenhum dos dois, Epperson e a empresa, fizeram fortuna com um dos alimentos mais populares do mundo. A pirataria foi tão vasta que sobrepujou a patente.