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Em Pauta

Assustador: os remédios dos paulistas que chegaram em MS

Mário Sérgio Lorenzetto | 04/05/2022 08:44
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Duas foram as ondas de conquistas de europeus e descendentes do território sul-mato-grossense. A primeira, navegando pelo rio Paraguai, comandada por Álvar Nuñes Cabeza de Vaca, chegou em algum lugar entre Porto Martinho e Corumbá. Fruto dessa tentativa de conquista, os espanhóis construíram fortes e missões jesuíticas entre Navirai e Iguatemi. Logo a seguir, entre Aquidauna e Miranda. Todas destruídas pelos paulistas. Muito depois, expedições bem organizadas de paulistas começaram a se apossar de territórios da região norte do MS, erigindo os povoados de Camapuã e Coxim. Sabemos muito sobre esses paulistas. Conhecemos, inclusive, seu arsenal assustador de medicamentos.


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Acordando com as anhupocas.

Havia bichos que atacavam dia após dia esses paulistas. Cobras? Matavam pelo menos três por dia.... e as saboreavam. Mas os piores eram as formigas, aranhas e morcegos. Também havia bichos que os ajudavam. Na falta de relógios, as lindas anhupocas faziam as suas vezes: à meia-noite, às duas da manhã e, por fim, às quatro - horário em que se levantavam - era certo ouvi-las entoar um canto triste.


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Os medicamentos.

Quando adoeciam, o próprio meio natural lhes fornecia o remédio: banha de animal (de macacos, especialmente) para os reumatismos; dentes de jacaré para dor no estômago; limões azedos para as fraquezas; casca de jabuticaba para algum sangramento; angus e batata para desmaios; jacus e jacutingas para a dieta dos enfermos (fazendo as vezes do caldo de galinha) e duas plantas para as febres (tinguerilho e caiapiá). Havia ainda os medicamentos levados pelos viajantes: pimenta-malagueta e o gengibre para os saca-trapos (manhosos e muito magros); a aguardente com sal para mordida de cobra e a triaga de vênia, que servia para tudo.

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