Colombo, tanta fama com tão pouca competência
Via de Porta Soprana, 16121, Gênova. Esse é o endereço da casa de Cristoro Colombo, mais conhecido como Cristóvão Colombo. É um passeio quase obrigatório para quem visita à cidade marítima italiana. Não há dúvida, Colombo é o maior nome da era das descobertas. Em verdade, era da procura alucinada pelas especiarias. E não era para menos. Durante séculos as especiarias foram os alimentos mais valorizados do mundo. A noz-moscada, por exemplo, chegava a valer na Europa 60 mil vezes o que custava no Oriente.
A ideia não era original.
Ao contrário do que te contaram na escolinha, a ideia de eliminar as etapas intermediárias, no mundo árabe, e ficar com todo o lucro comprando as especiarias da fonte, teve seus precursores em dois portugueses que você provavelmente nunca ouviu falar. Fernão Dulmo e João Estreito partiram de sua terra natal, cinco anos antes de Colombo, para o desconhecido Atlântico, prometendo voltar depois de quarenta dias. Foi a última vez que se soube deles. Mas é deles a ideia das descobertas marítimas, via Oceano Atlântico.
Bom marinheiro.
Não se pode retirar de Colombo a competência na navegação. Sua verdadeira proeza foi conseguir atravessar o Atlântico em ambas as direções. Era ótimo marinheiro, mas não entendia bem de geografia - algo vital para um explorador. Sua inépcia chega a dar pena. Passou oito anos convencido que estava no Japão e na China. Nunca entendeu que Cuba era uma ilha.
As "especiarias" de Colombo.
Prometendo riquezas incomensuráveis ao partir da Espanha, Colombo encheu o porão de seus navios com pirita de ferro, um mineral sem valor, pensando que era ouro. Acreditava que estava levando para a Espanha uma grande carga de canela, na verdade era uma casca inútil. Também jurava que seus porões estavam cheios de pimenta do reino, caríssima na Europa, mas a verdade que estava levando pimenta malagueta, insuportável para europeus. Todos, menos Colombo, entenderam o enorme fracasso de suas quatro viagens às Américas.