Como os brancos derrotaram os indígenas no MS
Há guerra no Oriente Médio, Israel luta contra seus vizinhos. Na Europa, a Ucrânia guerreia contra a Rússia. E há batalhas entre fazendeiros fronteiriços contra os guaranis. A guerra sempre foi uma pauta interessantíssima. Concentra e intensifica algumas de nossas mais fortes emoções: coragem e medo, resignação e pânico, ambição e generosidade…. é o campo mais arriscado para testar presença de espírito e sorte. As primeiras historias documentadas trazem trechos de teor militar.
Guerra desde sempre.
Os hieróglifos do Egito mais antigos relatam as vitórias dos faraós Escorpião e Narmer. A primeira literatura registrada conta as aventuras do rei mesopotâmico Gilgamesh. Os trechos mais antigos dos Livros de Moisés culminam na conquista hebraica brutal de Canaã. Os mais antigos livros chineses, romanos e gregos relatam preocupações com guerras. Bem como as primeiras historias do Mato Grosso do Sul nos contam sobre as muitas batalhas dos brancos contra os guaicurus, paiaguás e caiapós. Contra guaranis? Só na guerra contra o demente Solano Lopez. Contra os três primeiros povos, pelo menos 4 mil brancos perderam a vida, levavam tremenda desvantagem durante quatro decênios. Como conseguiram reverter essa historia? Como os brancos derrotaram os indígenas em nosso território?
Forte Coimbra e seus “civilizados”.
Não resta dúvida, a construção do Forte Coimbra é um marco fundamental da conquista branca. Guaicurus e paiaguás foram derrotados à partir da construção dessa fortaleza, que aliás nem era bem uma “fortaleza”, apenas uma paliçada, uma reunião de pedaços de pau dispostos lado a lado. Mas, não foi apenas esse forte o responsável pelas derrotas indígenas. Havia muitas deficiências na guerra indígena. Eles tinham fraca capacidade de mobilização pois todos que participavam eram voluntários. Não tinham suprimentos para lutar por muitos dias. Nenhum treinamento organizado das unidades de combate, o comando e controle eram quase inexistentes, a indisciplina campeava, as táticas eram ineficazes, bastavam sonhos ou maus presságios para que ocorressem muitas deserções. Os brancos tinham, há séculos, compreendido a importância desses fatores, e deles se aproveitaram, mesmo quando em menor número, para vencer as batalhas. Para chateação daqueles que amam armas de fogo, elas tiveram pequena importância nessa época.
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