ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 31º

Em Pauta

Comunistas no poder há 100 anos. Golpe ou revolução?

Mário Sérgio Lorenzetto | 30/01/2017 07:08
Comunistas no poder há 100 anos. Golpe ou revolução?

Era começo de 1917. Vladimir Lenin acabara de receber a notícia de que na Rússia havia estalado, pela segunda vez, uma revolução. Chama seu companheiro e amigo Giorgi Zinoviev, com quem vaga durante horas e horas pelas ruas de Zurique comentando os acontecimentos. Não cabia dúvida: o ocorrido era uma repetição de 1905, quando se formou um governo de constitucionalistas e democratas.

E um soviet com maioria de mencheviques e conciliadores, que acabou derrotado pelos homens do czar. Agora, 12 anos depois, o fim daquela revolução não poderia repetir. A obsessão tomou conta. Lenin queria regressar à Rússia. Aceitou os bons ofícios de um socialdemocrata suíço que conseguiu do governo alemão a autorização para que um grupo de 32 exilados atravessasse o império em um vagão vigiado por policiais que não permitiram ninguém entrar ou sair nos três dias que a viagem durou. Uma longa viagem até Sassnitz, no norte da Alemanha. E dalí, de barco e em trem, à estação Finlândia, em São Petrogrado, na Rússia.

No dia seguinte de sua chegada na Rússia, Lenin visita uma delegação de bolcheviques, membros da conferencia panrussa dos soviets que acabara de encerrar sua sessão. Antes de retornar a suas cidades, querem ouvir Lenin. Ele se apresenta com sua esposa no Palácio Tauride, antiga sede da Duma e agora sede dos soviets. Profere um longo discurso perante um auditório expectante. Expõe, uma a uma, suas dez teses de abril, que poderiam se resumir em três: nenhuma apoio ao governo provisório; paz, pão e terra para os camponeses; todo o poder aos soviets. Vozes. Gritos. O resto é matança. Batalhas a não perder mais. Milhões de vidas exterminadas pela guerra.

E o que veio depois, foi um golpe ou a continuidade de uma revolução? Esse debate ficou aceso até 1989. Nesse ano a União Soviética dos bolcheviques fundiu. O fim de uma ilusão para muitos. Sem deixar nenhum legado. De tudo que foi construído pelos bolcheviques, nada permaneceu em pé. Não restou nem mesmo o "Homo sovieticus", com bem mostra os estremecedores relatos que Svetlana Alexsievich recolheu como se fosse um epitáfio e fim da experiência comunista. Só restam os anticomunistas, uma turba que vocifera contra um fantasma.

Comunistas no poder há 100 anos. Golpe ou revolução?

Como era o sexo no Império Romano?

O comportamento sexual dos romanos é muito mais conhecido que de outros povos da Antiguidade como os egípcios. Isso se deve aos abundantes textos clássicos, esculturas, afrescos e lâmpadas. A primeira resposta é que o sexo era muito mais divertido fora do casamento do que dentro. Entre casados era muito mais uma obrigação do que paixão. Seu fim era o de perpetuar a estirpe, a linhagem familiar. Fora do casamento, a sociedade romana era extraordinariamente ativa no que se refere à sexualidade.

Os romanos eram muito machistas, ainda que respeitassem o direito das mulheres de pedir o divórcio. Prova do machismo exacerbado são os castigos que aplicavam às mulheres em caso de adultério, muito severos, chegando à pena de morte. Algo que não ocorria com o adultério masculino. As felações eram aceitáveis, desde que praticadas por prostitutas ou escravas. O "cunnilingus" não era aceitável para um homem, pois consideravam que dariam o poder dominante para a mulher. Já a prostituição era protegida pelo governo por causa dos enormes impostos que pagava. O lesbianismo era mal visto, segundo se depreende das fontes escritas da época. A homossexualidade masculina era aceita, dentro de alguns limites. Desde que ocorressem entre um homem idoso e um jovem não era considerada imoral ou criminosa. A chave para a homossexualidade estava na diferença de idade. Havia um deus para a sexualidade - Príapo estava associado não apenas à fertilidade como também à abundância agrícola.

 

Comunistas no poder há 100 anos. Golpe ou revolução?

Como eram os egípcios na cama?

Fazemos uma ideia da sexualidade no antigo Egito que se baseia, em boa parte, nas passagens libidinosas da Cleópatra, protagonizada por Elizabeth Taylor e criada por Hollywood. Era uma mulher voluptuosa. Esses filmes também dão a entender que não era raro um escravo soprar a flauta do faraó. Até mesmo os filmes sobre múmias tem um componente erótico. Apoiada em "ingredientes" como esses, prevaleceu a ideia popular de que a civilização na época dos faraós tinha, em estranha combinação com a obsessão pela morte e o mais além, um sentido espiritual da existência e um alto componente de lascívia. O sexo e a morte andavam a jato.

Mas, como eram, de fato, os egípcios, na época dos faraós, na cama? É difícil meter-se na cama de um povo que já não existe e que seus estudos iniciais estiveram nas mãos de pesquisadores puritanos que não aceitavam tentar esse entendimento. Só existem dois livros que podem ser considerados canônicos sobre o assunto - "Sexual life in ancient Egypt", de Lise Manniche e "Vida amorosa en el antiguo Egipto", de José Miguel Parra Ortiz. O desenho que fazem da vida sexual dos egípcios é muito diferente do clichê popular.

O primeiro e mais importante debate que os catedráticos resolveram responder é sobre a posição mais usual da cópula entre homem e mulher. Há dezenas de estudos que dizem que a posição predileta era por traz. Respondem que sim, era por traz, mas pela vagina. Também indicam que haveria uma predileção por sexo em pé, bem como muito de fetichismo e pedofilia. Entendem que há muita propaganda do império romano contra Cleópatra, tachando-a de libertina. Por outro lado, afirmam que os egípcios, devido ao calor excessivo, andavam quase desnudos. Isso pode ser entendido como erótico para os europeus, mas era algo comum para eles. É a mesma ideia que tinham portugueses e espanhóis de nossos indígenas. É importante entender, segundo os autores, que o sexo para os egípcios não tinha a conotação pecaminosa que passou a ter com a moral judaico-cristã. O ato sexual não representava conotação alguma - nem positiva nem negativa. O sexo era chamado de "nk". E nossa compreensão dele continua sendo tão curta como essas duas letrinhas. Quase nada se sabe.

Nos siga no Google Notícias