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Em Pauta

Construindo a paz e a riqueza na fronteira de balaços e trincheiras

Leonardo Cremer | 01/03/2022 08:44
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

A guerra entre Rússia e Ucrânia teve início como uma disputa de fronteiras. As fronteiras sempre foram locais mal encaixados e de difícil progresso. Mas há uma fronteira que solucionou suas antigas diferenças e deveria ser exemplo para o mundo, não só europeu como brasileiro. Não é desconhecida a altíssima tensão que vivem os povos de Ponta Porã e Pedro Juan, por exemplo.


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Entrando no Tirol / Alto Adige.

No passaporte não cabem matizes. Nacionalidade: italiana. Para todos. A maioria, todavia, se sente e fala alemão. Sua alma discrepa da burocracia. Tanto que a própria região tem dois nomes distintos: Tirol do Sul para os austríacos; Alto Adige, para os que se consideram do "belpaese", da Itália. Os choques entre austríacos e italianos, iniciados na Idade Media, são vividos todos os dias.


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Onde a paz e o dinheiro comandam.

Houve um tempo em que tentaram resolver a balaços. Hoje, prevalece a paz. E, sobretudo, o dinheiro. Porque o trabalho unificado de todos que vivem nessa região dos Alpes, contribuem para que seja a segunda zona mais rica da Europa. Ainda que, sepultadas por um aluvião de milhões, os velhos rancores não se apagaram. Mas nunca explodem. É um modelo peculiar de convivência que denominam de "La Falla ou Astiberri". É muito simples enriquecer uma região culta e voltada ao trabalho, basta mexer nos impostos federais. A paz surgiu nos céus do Tirol / Alto Adige quando os impostos federais foram reduzidos em 90%. É isso mesmo, essa região fica com 90% dos impostos que iriam para Roma ou Viena.


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Ontem tiros, hoje paquistaneses.

Essa paz e riqueza era difícil de prever há um século. Depois de escavar as trincheiras sangrentas na Primeira Guerra, um punhado de líderes se sentou, em 1919, em um castelo francês e redesenhou a Europa. Essa região passava a ser autônoma. Essa era uma forma de administrar dois povos em um conflito que se eternizava. Propunham que o inimigo de ontem, passava a ser o amigo vizinho de hoje. Para isso, pagavam, ou melhor deixavam de cobrar impostos. Mais de 60% se consideram alemães. Pouco menos de 40% são de alma e língua italiana. Mas, atualmente, essas diferenças estão desaparecendo. Se esconderam muito. Não revelaram o segredo de uma região fronteiriça tão pacifica e rica. Mas foram descobertos. Os paquistaneses invadiram a região. Já são quase maioria.

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