Dólar: o que esperar daqui para frente. O império da volatilidade
A cotação da moeda brasileira, historicamente, é marcada por muita volatilidade. Em 2020, por exemplo, o real ficou entre as moedas que mais se desvalorizaram no mundo. Era carta marcada, Guedes assumira os destinos econômicos da nação prometendo uma forte desvalorização de nossa moeda. Mas aquele foi um momento fora da curva da volatilidade. Por outro lado, já nos primeiros meses de 2022, o real está entre as moedas que mais se valorizaram, ainda que em patamares muito elevados.
Eleição elevará a volatilidade.
No início de 2022, os preços no mercado financeiro - incluindo o câmbio - ainda não reagem forte de acordo com as pesquisas eleitorais. Isso porque pelo menos 90% dos agentes econômicos dão como certo um segundo turno entre Bolsonaro e Lula. Mas a volatilidade tende a aumentar com as declarações desses dois candidatos e com as pesquisas. Anos eleitorais conturbam mais o mercado financeiro que anos sem eleições.
Juros nos EUA.
Os EUA vivem o pior momento inflacionário em 40 anos. O banco central dos gringos - FED - promoveu em 16 de março de 2022 o primeiro aumento dos juros desde 2018, tentando estancar a inflação. Outras altas estão prometidas por essa autoridade monetária. Os juros norte-americanos são referência para determinar a rentabilidade de títulos da astronômica dívida do governo. Um aumento de juros nos EUA quase sempre determina uma fuga de dólares do Brasil. Os investidores tendem a tirar seu dinheiro de nosso país para aplicar nos EUA. isso leva o dólar a se valorizar no Brasil.
Guerra.
A guerra está determinando uma gigantesca cesta de aumentos nos produtos e serviços no Brasil. Mas ela também está determinando uma entrada forte de dólares no Brasil, através da Bolsa de Valores. Em menos de três meses, o número já chega ao total aportado nos doze meses de 2021. Até agora, entraram nada menos de R$ 86 bilhões. Tal como as populações, o dinheiro também está fugindo da guerra. Uma parte desse dinheiro em fuga, veio apostar na roleta brasileira da bolsa.
Desaceleração chinesa?
A China, ao contrário do mundo, vive neste momento seu inferno astral com a covid. Muitas fábricas estão fechadas. Cresce nos mercados globais a preocupação de uma possível desaceleração da economia chinesa. Economia em ritmo lento na China significa redução nas vendas das commodities. A China é a principal compradora mundial de produtos primários como a soja, milho, minérios..... Se o Brasil vender menos commodities, a entrada de dólares fora da roleta tende a diminuir. A cotação do dólar sobe.